ECONOMIA
Paraíba gerou 56.483 postos em 39 meses
Estado é o quarto do Nordeste que mais gerou empregos, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego.
Publicado em 01/05/2014 às 6:00 | Atualizado em 29/01/2024 às 12:27
No Dia do Trabalho, a Paraíba foi destaque no cenário regional como o 4º estado do Nordeste que mais gerou emprego nos últimos 39 meses (janeiro de 2011 a março de 2014). Os dados são levantamento do Ministério do Trabalho e Emprego, com base nos dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e Cadastro Geral de Empregos e Desempregados (Caged). Neste período o número de postos criados no Estado foi 56.483 vagas. A geração fica atrás apenas das três maiores economias da Região: Bahia (191.116), Pernambuco (168.242) e Ceará (154.552).
No Nordeste, a quantidade de empregos gerados nos demais estados foi: Maranhão (54.506) Sergipe (46.530), Rio Grande do Norte (40.633), Piauí (38.448) e Alagoas (9.839).
O levantamento foi realizado em 27 unidades da federação que mais criaram postos de trabalho. No ranking nacional, a Paraíba ocupa a 18ª colocação.
PAÍS
No Brasil, foram gerados um total de 4,845 milhões de postos de trabalho, representando um crescimento de 10,99% sobre o estoque de empregos em dezembro de 2010. No ano passado, o total de empregos gerados pela economia alcançou 1.117.171 postos de trabalho, um crescimento de 2,82% em relação ao estoque de empregos de dezembro de 2012.
A consultora de seleção da empresa MRH Gestão, Ana Carolina Nunes, afirmou que tem percebido o aumento de contratações na Paraíba e um dos motivos é o aperfeiçoamento profissional. “As pessoas têm buscado se capacitar por conta própria. Além disso, muitas empresas públicas e privadas estão investindo na melhoria curricular de seu empregado porque têm plano de carreira. Então, esses dois fatores fazem com que o candidato esteja mais preparado para ser admitido, porque vagas existem”, frisou a consultora.
De acordo com Ana Carolina Nunes, uns dos setores que mais contratam na Paraíba são o comércio e indústria.
“O comércio sempre agrega muita gente, e a indústria também tem crescido muito. Alguns paraibanos, inclusive, estão sendo admitidos em outros estados, como Pernambuco”, contou.
A expansão no país deveu-se, principalmente, ao crescimento do emprego nos setores de Serviços (+546.917 postos), do Comércio (+301.095 postos), da Indústria de Transformação (+126.359 postos) e da Construção Civil (+107.024 postos). Nos últimos 12 meses, essa geração alcançou 1.027.406 postos de trabalho, equivalentes à expansão de 2,57% no contingente de empregados celetistas do país.
DIEESE PREVÊ SALDO MAIOR DE VAGAS NA PB
Apesar de saldo negativo, o primeiro trimestre de 2014 foi o melhor saldo dos últimos 10 anos na Paraíba em geração de empregos. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), houve 43.419 admissões e 44.279 demissões, totalizando um saldo negativo de 860 cortes de empregos.
Este é o melhor resultado desde 2004, já que os três primeiros meses do ano historicamente apresentam quedas bruscas no nível de empregados. Nos primeiros três meses de 2013, por exemplo, a quantidade de demissões chegou a 9.030, um recuo em saldo negativo de 90%. Diante do cenário de baixo saldo negativo, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos na Paraíba (Dieese-PB) prevê saldo maior do emprego formal do Estado em relação ao ano passado, quando foram geradas 14,785 mil vagas.
No primeiro trimestre deste ano, os destaques ficaram para os setores de comércio, serviços e construção civil, que, juntos, apresentaram um saldo positivo de 4.348 empregos gerados, o que ajudou a amortizar as perdas no setor agropecuário e na indústria de transformação, que somaram 5.338 perdas. Outros setores, como a Indústria Extrativista e a Administração Pública tiveram participação menor, mas todos registraram saldo positivo no trimestre.
O comércio iniciou o ano com 341 demissões, por conta do fim das vendas no Natal e Ano Novo; em fevereiro se recuperou e abriu 865 postos de trabalho, mas voltou ao saldo negativo de 561 postos em março. Já o setor de Serviços, menos sujeito às sazonalidades, obteve saldo positivo nos três meses: 914 empregos gerados em janeiro, 1.731 em fevereiro e 245 no mês de março.
A Construção Civil teve resultados positivos nos dois primeiros meses (832 e 378, respectivamente), e uma leve retração (65) em março – o que também foi um resultado histórico para o segmento, que sempre acumula perdas no início do ano; em 2013 foram 140 desligamentos no trimestre.
Segundo o supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos na Paraíba (Dieese/PB), Renato Silva, o saldo na geração de empregos para o primeiro trimestre surpreendeu e deverá se manter durante o ano de 2014.
“Com a Copa do Mundo, os setores de Comércio e Serviços, sobretudo ligados à cadeia produtiva do turismo, deverão se manter aquecidos, enquanto no setor agrícola o IBGE espera um aumento na safra”, diz. Silva destaca também que o resultado contraria as previsões negativas para a economia brasileira. “A geração de empregos no trimestre foi boa em todos os estados, não apenas na Paraíba. A inflação, apesar de estar prevista um pouco acima da meta para 2014, está no mesmo nível dos anos anteriores, dentro do intervalo estipulado pelo governo”, conta.
Para o economista Celso Mangueira, presidente do Conselho Regional de Economia da Paraíba (Corecon/PB), o aumento do poder aquisitivo do paraibano – sobretudo no valor do salário mínimo e das aposentadorias – estimula o consumo de classes sociais que antes não tinham poder de compra significativo.
“A economia da Paraíba se caracteriza por uma série de pequenos fatores que atuam em conjunto. Os setores de comércio e de serviços têm apresentado uma dinâmica muito boa devido ao aumento no poder de consumo dos paraibanos”, conta Mangueira. Ele crê que o aumento do consumo deve estimular a economia paraibana, enquanto em outros estados esse modelo já está desgastado.
Comentários