ECONOMIA
Hortifrútis caem até 75% em JP
Para especialistas, o baixo preço é uma consequência natural dos fatores climáticos, que elevou a oferta do produto.
Publicado em 10/08/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 15:55
Os consumidores pessoenses respiram mais aliviados pelo menos na compra dos hortifrutigranjeiros. O tomate, por exemplo, que foi o grande vilão do primeiro semestre deste ano, quando o quilo alcançou o preço de até R$ 7,00, registrou forte queda em julho e o produto já pode ser encontrado facilmente a R$ 2,00 nas feiras livres e nos supermercados em João Pessoa. O preço caiu até R$ 1,78. Para especialistas, o baixo preço é uma consequência natural dos fatores climáticos, que elevou a oferta do produto.
Outro item que também caiu de preço foi a batata inglesa, já que o quilo era vendido entre R$ 4,00 e até R$ 6,00, no começo do ano, agora é repassado para o consumidor por R$ 2,00. Este, inclusive, é o valor médio de alguns hortifrútis no Mercado Central, em João Pessoa, como a cebola, beterraba e cenoura, podendo esta última ser encontrada por até R$ 2,50. Já o quilo do chuchu sai por apenas R$ 1,00.
Segundo a feirante Adnair Fernandes, mais conhecida como Dina, é comum os preços dos produtos oscilarem em diferentes épocas do ano, mas que o consumidor nunca deixou de comprá-los. “As pessoas já se acostumaram com isso. Na verdade está tudo caro, tanto para comprar como para vender.
Uma coisa é certa, estando barato ou caro, o povo leva do mesmo jeito, porque ninguém vai deixar de comer”.
Na contramão do que aponta a feirante, aparece o feijão verde que debulhado chegou a ser vendido por R$ 13,00, o quilo, em junho passado, mas que já pode ser comprado a R$ 6,00, uma economia de mais de cinquenta por cento (53,8%) no bolso do consumidor. Mas se quiser ter uma economia ainda maior, o cliente tem a opção de levá-lo ainda na vagem, ao preço de R$ 2,50.
Entre as frutas, a banana se destaca na baixa do preço. A aposentada Alda Lima, que fez compras no Mercado Central, na manhã de ontem, os preços não costumam mudar, mas destacou que hoje podem ser adquiridos em um valor mais razoável, principalmente a banana. “Aos poucos os preços vão melhorando e ficando mais agradáveis. Eu já comprei três bananas prata por R$ 2,00 aqui, agora dependendo do tamanho tem até sete por R$ 1,00. As maiorzinhas são três por R$ 1,00. Quer dizer já ganha um real em comparação ao começo do ano e no final do mês isso faz diferença, não é?”, indagou.
Ainda falando de frutas, a uva verde também tem demonstrado uma tendência de queda no preço do quilo. Ontem, ela custava R$ 4,00 e hoje passa a ser encontrada por até R$ 3,00, conforme estimou a feirante Vilma Maria, que tem uma banca de frutas. “A uva vai baixar mais um pouco, neste sábado vai para R$ 3,50 ou até R$ 3,00. Mesmo com os preços caindo, a gente ainda dá um descontinho no final para agradar o cliente. Se a conta deu R$ 21,00, fica pelos R$ 20,00”.
Nos supermercados da capital, a situação não é muito diferente, de acordo com o presidente da Associação de Supermercados, Cícero Bernardo. “Todos os produtos do hortifrúti baixaram um pouco e um grande exemplo é o tomate, que chegou a custar R$ 7,00 e hoje está sendo vendido a uma média de R$ 2,00, uma redução de mais de 100% e ainda tem mercado que está com promoção de R$ 1,78. De um modo geral foi identificada uma redução em torno de 30% nesses produtos”, pontuou.
Segundo ele, a batata inglesa “subiu bastante e está sendo vendida a R$ 4,00 e o mamão também está em alta, o preço do quilo subiu e é vendido a R$ 2,50”. Os valores citados pelo presidente da associação estão acima dos encontrados na feira livre, onde a batata e o mamão estão sendo vendidos a R$ 2,00 e R$ 1,30, respectivamente.
Para Cícero Bernardo, os preços nos supermercados deverão se manter, embora seja algo imprevisível. “Tudo depende da safra, mas como tem chovido, houve um aumento na produção na oferta. É algo que não dá para prever, mas deve se manter por um período”, frisou.
PREÇO NÃO DEVE SER ÚNICO CRITÉRIO, DIZ ECONOMISTA
Nem só de preços baixos vive o consumidor para economizar. Vários fatores devem ser levados em conta na hora de fazer as compras e não somente o preço. É o que aponta a avaliação do consultor de finanças pessoais economista Cláudio Rocha.
“Quando vamos comprar algo é interessante avaliar vários fatores e não só o preço, mas a distância e a quantidade que vai se comprar. As conveniências são caríssimas, mas se for uma compra pequena, como dois tomates, uma cebola que faltaram na hora do preparo, não compensa se deslocar até a feira livre para comprar. Além disso, o cliente acaba pagando pelo conforto, facilidade, localização, estacionamento, ar condicionado, entre outros itens, como o próprio juro do cartão de crédito, cujos valores estão embutidos no preço final dos produtos”.
Já o atrativo das feiras livres está concentrado em clientes que pretendem fazer compras em quantidades razoáveis, para uma semana ou 15 dias, por exemplo. “Nas feiras, além dos produtos serem frescos, há uma grande variedade de mercadoria e de preço, já que nesses locais os consumidores não usufruem de um ambiente climatizado e pagamento no cartão, por exemplo. O consumidor ainda conta com a lei mais forte de mercado, que é a da oferta e da procura, tanto em supermercados como em feiras livres. Quando a produção é pequena, não dá conta de abastecer a população e com isso o preço sobe, mas quando há redução, é sinal de muita mercadoria até mesmo de sobras. As altas dos preços costumam ser por problemas de entressafra e fatores climáticos”, completou.
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