VIDA URBANA
Filho de delegado é acusado de ameaça e extorsão
Segundo a polícia, o filho do delegado é acusado de ajudar o pai a extorquir dinheiro de um casal de comerciantes.
Publicado em 03/09/2014 às 6:00 | Atualizado em 11/03/2024 às 15:50
Após uma semana de buscas, a Polícia Civil (PC) conseguiu prender Júlio Wolhfagon Lucena de Lima, 30 anos. Ele é filho do delegado Júlio Ferreira Lima, preso no dia 23 de agosto, acusado de crime de concussão, que é o ato de exigir dinheiro ou vantagem em virtude do cargo que ocupa. Segundo a polícia, o filho do delegado é acusado de ajudar o pai a extorquir dinheiro de um casal de comerciantes, em Campina Grande, de se passar por policial civil e também de ter ameaçado as vítimas após a prisão em flagrante do delegado.
A prisão preventiva de Júlio Lucena se deu por força de mandado expedido pela Justiça. Segundo o superintendente regional da Polícia Civil em Campina Grande, delegado Marcos Paulo Vilela, ele foi preso na noite da última segunda-feira, quando estava no quarto de um motel de Campina com a esposa dele.
Júlio Lucena havia fugido depois de saber da prisão do pai e, desde então, a Polícia Civil recebeu informações através do Disque Denúncia (197) de que, durante os últimos oito dias, ele esteve em cidades do Sertão paraibano e até no Estado de Pernambuco. Além da participação no esquema de extorsão, Júlio Lucena também é acusado de usurpação de função pública, uma vez que, na primeira abordagem aos comerciantes, teria se apresentado como policial civil para extorquir as vítimas. Além disso, segundo o delegado, ele também se apresentava como despachante da 1ª Ciretran de Campina Grande.
Outra acusação contra o filho do delegado, segundo o superintendente Marcos Paulo, diz respeito a uma denúncia feita pelas vítimas, que disseram ter recebido ameaças de Júlio Lucena no dia seguinte à prisão de seu pai. Júlio Wolhfagon Lucena de Lima disse que é inocente e que ele e o pai foram vítimas de uma armação.
RELEMBRE O CASO
O delegado Júlio Ferreira foi preso em flagrante, acusado de crime de concussão, ao receber a quantia de R$ 1,4 mil de uma família para a liberação de um carro. Segundo as investigações da superintendência regional, o crime vinha sendo praticado desde o dia 16 de agosto.
“O delegado Júlio e o filho abordaram o veículo da família e alegaram que o carro tinha restrições na documentação no Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e ameaçaram apreender o veículo. Para que o carro fosse liberado os acusados teriam cobrado R$10 mil, mas como a vítima não tinha o valor, entraram em um acordo para liberar o carro por R$ 1 mil. Porém, depois o delegado foi atrás de mais dinheiro, mas nós já estávamos no encalço dele”, disse Marcos Paulo, ao informar que o delegado permanece preso na sede do 2º Batalhão de Polícia Militar.
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