COTIDIANO
Morte de soldado complica pena de sequestradores, diz delegado
Hospital de Trauma confirmou a morte cerebral do soldado Joelton Carneiro, baleado ao tentar resgatar reféns em JP. Cariocas detidos serão indiciados também por homicídio.
Publicado em 05/04/2010 às 12:10
Karoline Zilah
Os dois homens que estão presos pelo sequestro da família do empresário Herbert Maia na última terça-feira (30), em João Pessoa, podem ser indiciados também por homicídio. O Hospital de Emergência e Trauma confirmou, na manhã desta segunda-feira (5) a morte cerebral do soldado Joelton Ribeiro Carneiro, de 23 anos, baleado ao tentar resgatar as reféns.
A morte complica a situação dos acusados, que a princípio responderiam por tentativa de homicídio, extorsão mediante sequestro e porte ilegal de arma.
À frente do inquérito, o delegado Wagner Dorta, do Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil, explicou à reportagem do Paraíba1 que ainda não foi comunicado oficialmente sobre a situação do soldado, pois há duas características que implicam no homicídio: o funcionamento do cérebro e a parada respiratória. Portanto, ainda é necessário aguardar a decisão da família sobre o desligamento dos aparelhos que mantêm a respiração de Joelton Carneiro.
Os parentes da vítima desautorizaram o hospital a fornecer qualquer tipo de informação sobre as condições de saúde do paciente. O soldado estava internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva. Ele foi atingido por um tiro na região cervical e perdeu os movimentos das pernas.
Dorta ainda tem 10 dias para concluir o inquérito e apresentar à Justiça, mediante provas, por quais crimes os acusados poderiam ser condenados.
Leandro Carvalho Leite e Francis Prado Figueiredo de Lyra, ambos de 34 anos, estão detidos no Presídio do Roger, em João Pessoa. Os dois são cariocas e teriam contado com a ajuda de um terceiro homem, identificado como Odim Americano. Ele seria o líder do grupo e estaria acompanhando a dupla de longe, em um carro, durante o sequestro.
“Acreditamos que ele fugiu quando percebeu que a polícia frustrou o sequestro. Ele é carioca e continua sendo procurado”, comentou o delegado.
O grupo teria estudado a rotina do empresário e de sua família pelo menos 10 dias antes de cometer o crime. Informações obtidas pelo Paraíba1 dão conta de que, quatro dias antes do sequestro, os dois homens presos buscaram uma jóia em um shopping da Capital, que havia sido encomendada pelo menos uma semana antes.
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