ECONOMIA
Com crise, CDL prevê Natal de vendas estáveis e de promoções
Cenário de dificuldades vai forçar lojistas a reduzir ainda mais a margem de lucro.
Publicado em 04/11/2015 às 8:27
Diferentemente dos anos anteriores, o Natal, melhor data do varejo, será de estabilidade nas vendas, margem de lucro menor para os lojistas e de ticket médio de compras mais modesto no comércio da Paraíba. Esta é a estimativa das Câmaras de Dirigentes Lojistas de João Pessoa (CDL-JP) e de Campina Grande (CDL-CG). O ano em que prevalece o aperto no orçamento doméstico e as incertezas sobre o futuro traz um final de ano atípico, inclusive com algumas vitrines estampando até promoções. O comércio paraibano amarga queda de 8% nas vendas até agosto sobre o ano passado, segundo pesquisa do IBGE.
Para atender à demanda mais retraída, os empresários estão se adaptando. Segundo o presidente da CDL-JP, Eronaldo Maia, muitos lojistas terão que usar a criatividade para conquistar os clientes. Para isso, devem negociar preços com seus fornecedores para oferecer um produto mais acessível ao consumidor. “Se eu disser que não estamos em crise, seria mentira. Mas a Paraíba está melhor do que outros Estados, que não estão conseguindo pagar em dia a folha de funcionários. Pelo menos aqui as obras estão em andamento e os salários não estão atrasados. Mesmo assim não esperamos crescimento nas vendas natalinas, deveremos manter o mesmo volume do ano passado”, ponderou.
Para Eronaldo Maia, os consumidores no geral desejam presentear a família e amigos no Natal, melhor época do varejo nacional. Então, partindo deste princípio, o comércio se prepara para receber os clientes, mas com estratégias diferenciadas. “Alguns poderão trazer até promoções no final de ano”.
Já o presidente da CDL-CG, José Artur Almeida, declarou que as pessoas, com receio de assumir compromissos futuros, podem optar por comprar à vista. “Para oferecer produtos mais em conta, os lojistas podem oferecer itens com valor agregado menor e muitos consumidores poderão comprar à vista para evitar dívidas futuras. Este ano, esperamos repetir o mesmo desempenho de 2014”.
ITENS DE DECORAÇÃO
Muitas lojas no comércio já estão prontas para receber o público com itens decorativos como árvores natalinas e pisca-pisca. O gerente da Casa Chang, no Centro de João Pessoa, José Fernando de Sousa, enfocou que não há estimativa do desempenho das vendas sobre o ano passado. “Nas datas comemorativas este ano fechamos com queda de aproximadamente 10% sobre o ano anterior. Esperamos que o Natal nos surpreenda. Estamos dando desconto de 5% nas compras à vista e parcelando em até quatro vezes sem juros”.
O gerente do Atacadão dos Presentes, José Nunes, se mostrou mais otimista. “Estamos arrumando a loja para o Natal e estamos apostando em uma alta de 10% sobre o ano passado”.
A fiscal de caixa do Casa Tudo, Maria Alves, frisou que foi só acabar o Dia das Crianças para colocar os itens natalinos nas prateleiras. As vendas sempre crescem quando chega o fim do ano. Todo mundo faz uma forcinha para comprar”. (Colaborou Giovanna Ismael)
Saiba Mais
Os produtos de Natal comercializados pela BRF, dona de marcas como Sadia e Perdigão, não sofrerão aumentos, afirmou o presidente da companhia, Pedro Faria, em evento em Nova York. O executivo disse que, mesmo que outros alimentos encareçam, clássicos da ceia como peru, chester e pernil terão os preços mantidos. "[Os brasileiros] vão precisar de alguma alegria e queremos que venha de nossos produtos", afirmou Faria. Declaração da companhia de que preços têm sido segurados ao longo de 2015 devido ao acirramento da competição, feita na semana passada, derrubou em cerca de 10% o valor das ações da BRF na BM&F Bovespa, na última sexta-feira.
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