VIDA URBANA
UFCG: superlotação de alunos
Docentes reclamaram da precarização das condições de trabalho e do desequilibrio entre o número de alunos e professores.
Publicado em 23/05/2013 às 6:00 | Atualizado em 13/04/2023 às 17:08
A expansão da educação superior, através do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), ao invés de criar condições para que as instituições promovam a expansão física, acadêmica e pedagógica está sendo uma fonte de reclamações dos docentes da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), dentre elas o aumento no número de estudantes, inviabilizando a qualidade no aprendizado. De acordo com eles, houve um “inchaço” do contingente estudantil e algumas disciplinas já contam com mais de 60 alunos, por turma.
A conclusão foi obtida depois da elaboração de um dossiê pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior, através do comando de greve local, durante as paralisações do ano passado. Ontem, os docentes realizaram uma mobilização e informaram que a maioria das reivindicações são as mesmas. Uma delas, a precarização das condições de trabalho, se estende ao desequilíbrio entre o número de estudantes e professores, que, conforme os docentes, acaba prejudicando o processo de ensino/aprendizagem da universidade.
De acordo com o presidente da Associação dos Docentes da UFCG, Gonzalo Rojas, existe um déficit de professores na instituição. “Solicitamos à Reitoria que nos envie um levantamento dessa deficiência e ainda estamos aguardando”, frisou. Conforme o dossiê, com o Reuni, que iniciou o processo de expansão das instituições de ensino superior em 2003, as unidades que não ganharam novas vagas para professores, mas que tiveram suas vagas para discentes ampliadas, experimentam o acúmulo de trabalho que faz o docente aumentar sua jornada de trabalho de 8 horas diárias para os turnos noturnos semanais (pós 22h) e de finais de semana (sábado e domingo), atendendo alunos, muitas vezes, por telefone ou pela internet.
De acordo com o dossiê, “pensar hoje a UFCG é ter diante de si uma espacialidade de complicada estruturação interna em todos os Centros que integram a instituição. As edificações projetadas não dão conta das demandas atuais. Há carência de ambientes de trabalho para os docentes com condições elementares de trabalho”. O documento informa que a situação é a mesma em muitos centros, como o de Ciências e Tecnologia (CCT), que tem antiguidade e tradição de pesquisas reconhecidas internacionalmente e que, conforme a demonstração, corre o risco de ter que se restringir a formação técnica elementar sem maiores aprofundamentos.
No documento consta que nestes centros é possível encontrar salas de aula com mais de 90 alunos, como é o caso da Matemática. Em Engenharia Mecânica salas que antes tinham 30 alunos, nas turmas do profissional, já chegam a 50 alunos.
Em Engenharia, as entradas foram duplicadas de 60 alunos por semestre para 120 alunos por semestre, fazendo com que as turmas de graduação superem o número de 100 alunos por sala de aula.
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