Lista de material cresce a cada ano

Os gerentes de livrarias de João Pessoa alegam que ao longo dos anos a lista de material escolar, incluindo os livros, vem aumentando. O reajuste anual chega em média de 15%. Em 2014, o que mais sofreu alteração de preço foram os importados e derivados do papel. Índice é bem superior aos reajustes salariais.

“Vimos sim um aumento nos itens da lista este ano, que chega em média a 10%. O que mais pesou em 2014 foram os produtos importados como mochilas, além de livros e cadernos que são derivados do papel”, afirmou o gerente da Livraria e Papelaria Legal, Bruno Limeira.

A gerente da Livraria Arco-Íris, Gislara Fragoso, afirmou que também percebeu o aumento. “Nos últimos 3 anos a lista de material escolar ficou mais cara entre 10% e 15%”, disse.

Segundo ela, esta lista só não está ficando maior por causa da proibição, prevista em lei, dos pedidos das escolas referente aos itens de uso coletivo.

No entanto, ela contou que as direções dos colégios estão buscando outros produtos que surgem no mercado e engordando a lista.

Dados do IPC Maps apontam que os paraibanos gastaram mais de R$ 166,619 milhões em livros e material escolar em 2013. O consumo cresceu 18,5% sobre 2012, cujos gastos no Estado chegaram a R$ 140,586 milhões.

A cidades de João Pessoa e Campina Grande concentram os maiores volumes dos itens consumidos no período. As duas cidades representam 49,22% dos itens escolares comprado no Estado. Somente as famílias de João Pessoa gastaram R$ 59,563 milhões em itens escolares no ano passado.

PRIMEIRO MÊS DO ANO PESA ATÉ 80%

Com despesas cada vez mais altas a cada ano, algumas famílias pensam até em mudar de bairro para economizar na educação. O representante Fábio Miranda Mendes, que tem dois filhos em escola privada confessou que os custos com educação logo no primeiro mês representam 80% do orçamento, por isso o cartão de cartão foi usado para parcelar as despesas.

Somente com livros e material escolar dos dois filhos, Fábio Mendes gastou cerca de R$ 2.400 este ano. As despesas somente não ficaram menores porque ele recebeu um desconto na mensalidade por ter dois filhos na mesma instituição de ensino. Elas custaram R$ 600, mas se fosse somente uma criança, o preço mensal seria de R$ 400. Na lista inicial ainda faltam muitos itens como bolsa, tênis e fardamento.

Quando começou a colocar tudo na ponta do lápis, Fábio Miranda, que mora no bairro do Bessa, pensou em se mudar com a família para outro bairro de João Pessoa. “Pensamos nos Bancários. Já moramos lá e sei que há escolas próximas em que gastaria menos com os livros, em torno de R$ 500 para os dois. Mas acabei desistindo desta ideia porque as despesas com a mudança também gerariam muitos gastos”, confessou.

Em média, a família gasta cerca de R$ 100 por mês com o lanche dos meninos, fora as outras taxas que vão surgindo com o passar do tempo. “O início do ano é mais pesado, os gastos chegam a 80% do orçamento doméstico. Nos demais meses o peso é de 30%”, contou.

Para a dona de casa Gilvania Henriques somente com livros para o 5º ano do ensino fundamental, o orçamento é de R$ 1.000, o que representa mais de 17% dos gastos totais previstos.