Fonte de inspiração

O mar sempre foi fonte de inspiração para a artista plástica Maria José Porto. No seu currículo artístico, todas as suas exposições individuais remetem ao tema: Submergir (2005), Amar para Mar, Mar Sem Fim (ambos de 2008) e Mar Infinito Mar (2009).

Naturalmente como o fluxo e refluxo marítimo, sua nova mostra é batizada de Olhos no Mar. O vernissage acontece nesta quarta-feira, a partir das 20h, na galeria de arte Louro e Canela (av. João Maurício, 1443, Manaíra), em João Pessoa. A entrada é gratuita.

“Eu observo o mar como uma fonte de vida e inspiração”, explica Maria José Porto. “Ele nos completa. Só de vê-lo nos distraímos com nossos problemas”.

A exposição reúne – de acordo com a artista – cerca de 80% de trabalhos inéditos. Olhos no Mar apresenta cerca de 10 quadros para cada técnica. “Algumas obras já foram vistas fora daqui e outras foram colocadas na internet”, aponta Maria José.

São obras em acrílico sobre tela e aquarelas, além de uma instalação que dialoga com uma das telas: um cardume feito de origami (a milenar técnica japonesa de dobrar papel), que convergem para dentro da pintura, como um redemoinho.

Sobre a técnica em aquarela, Maria José aponta que é um tipo de pintura que exige mais o uso da água, deixando as representações marítimas mais maleáveis e soltas. “A aquarela tem uma força que faz formas que eu não esperava”, afirma.

“Ela tem uma vida própria mais do que a técnica em acrílico”.

Indagada sobre quando começou o seu fascínio pelo mar, Maria José é categórica: “Desde sempre”. Natural de Campina Grande e radicada em João Pessoa, ela recorda que sempre visitava sua avó e, consequentemente, o mar da capital paraibana desde pequena.

Outro encantamento da artista consiste nos seres que habitam as profundezas dos oceanos, resgatando a dança das algas e dos peixes em suas recônditas moradas, dos corais ou de destroços de embarcações submersas. “Nas minhas pinturas falo sempre da beleza. Há muito tempo que desenho peixes, inconscientemente. Não dá nem para explicar o porquê”, fala.

O PORTO E OS MARES

Uma das apresentações sobre o trabalho de Maria José Porto é assinado por outra paraibana que tem grande influência pela temática: a artista plástica e ceramista Maria dos Mares, que assina um texto crítico em forma de poesia:

“Mar, metade da minha alma é feita de maresia... Perfeito é não quebrar a imaginária linha”, escreveu a conterrânea e amiga, em um fragmento da poesia.

Há 12 anos nas ondas das artes, Maria José é arte-educadora e desenvolve também trabalhos com óleo sobre tela, pastéis, bico de pena e xilogravuras, além de exercer a função de fotógrafa.

Recentemente participou de uma individual no Espaço Ivandro Cunha Lima, no Senado Federal, e também na coletiva As Cores da Arte Paraibana, na Câmara Federal, ambas em Brasília.

A exposição Olhos no Mar permanecerá em João Pessoa até o dia 31 deste mês. A partir do dia 4 de abril, a mostra será encaminhada para Campina Grande, sendo apresentada gratuitamente na galeria Art7 (localizado na r. Desembargador Trindade, 120, Loja 7, Centro) até o dia 19 de abril.