VIDA URBANA
Lixo reciclável está sendo desperdiçado em CG
Estudo mostra, que pelo menos 5,2 mil toneladas de lixo reciclável, estão deixando de ser aproveitados, gerando implicações econômicas.
Publicado em 09/03/2012 às 6:30
Desde que o lixão da Alça Sudoeste, em Campina Grande, foi desativado em janeiro deste ano, todos os resíduos sólidos coletados na cidade, incluindo os recicláveis, estão seguindo para o aterro sanitário de Puxinanã. Levando em consideração as estimativas feitas através de uma pesquisa de doutorado que estudou as implicações sociais, econômicas e ambientais do lixo no município, é possível afirmar que pelo menos 5,2 mil toneladas de lixo reciclável estão sendo desperdiçadas mensalmente.
Nessa estimativa, estão contempladas apenas as cadeias produtivas dos principais produtos recicláveis: plástico, metal, papel e vidro. Entretanto, a professora da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) responsável pelo estudo, Luíza Eugênia, diz que 55% do que é coletado pelo serviço de limpeza urbana no município é lixo orgânico. “Não podemos desprezar o lixo orgânico, que pode ser utilizado para compostagem, sobretudo no nosso Estado, que enfrenta graves problemas de desertificação”, explicou.
Segundo informações repassadas pela Secretaria de Serviços Urbanos e Meio Ambiente (Sesuma), são coletados mensalmente em Campina Grande 16 mil toneladas de resíduos sólidos, incluindo os entulhos. O material, que antes era despejado no lixão e coletado de maneira rudimentar pelos catadores, há dois meses, segue integralmente para o aterro, onde o acesso dos catadores é proibido.
O presidente da Cooperativa Cata Mais, José Wanderley, lamenta o fato de os resíduos que poderiam se transformar em renda para várias famílias de Campina Grande estarem sendo enterrados.
Lembra que a persistência dessa situação faz diminuir também a vida útil do aterro, que deveria receber apenas materiais não recicláveis.
“A prefeitura disse que resolveria o problema em três meses, mas não temos nenhuma garantia quanto ao cumprimento desse prazo.
Já que não se pensou em uma alternativa para se reciclar o lixo logo após o fechamento do lixão, esperamos que a coleta seletiva seja organizada o mais breve e possa mudar a realidade dos catadores que sobrevivem da coleta nas casas, ruas e terrenos baldios”, disse.
Ele falou que a Cata Mais pode contribuir para a efetivação da política de coleta seletiva na cidade, por já possuir um trabalho reconhecido na cidade e que, por falta de incentivos governamentais, a cooperativa vem se enfraquecendo. Das 23 pessoas cadastradas, apenas 12 participam do projeto de coleta seletiva em seis bairros de Campina, arrecadando de 12 a 15 toneladas de recicláveis por mês.
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