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CULTURA

Cultura popular de Mozart

Comemorando 45 anos de carreira, Jairo Mozart lança 'Amigos... Tons e Canções' com 'Aboio' do Rei do Baião na abertura. 

Publicado em 28/05/2014 às 6:00 | Atualizado em 29/01/2024 às 15:57

Nos anos 1980, o poeta e compositor Bené Fontelis apareceu na casa de Luiz Gonzaga (1912-1989) e – munido de um daqueles gravadores de rolo da época – gravou um aboio entoado pelo ‘Rei do Baião’. Entregou para o paraibano Jairo Mozart, que perguntou se poderia divulgá-lo. “Aboio é de todo mundo”, justificou o amigo paraense.

Simplesmente batizada de ‘Aboio’, o inédito chamado melódico na voz de Gonzagão foi incrementado com triângulo e percussão de efeito na abertura (junto com ‘Quebradeira de coco’) do disco independente Amigos... Tons e Canções, que Jairo Mozart está lançando para comemorar seus 45 anos de estrada como músico, cordelista e artista visual.

“Esse disco é uma síntese do meu trabalho”, resume o paraibano, que está há 20 anos radicado em Brasília, mas planeja fazer de João Pessoa sua nova base, daqui a 2 anos.

“Queria que representasse cada uma das minhas fases e também mostrasse os vários caminhos da minha composição”, aponta o violeiro.

Das 14 faixas presentes no CD, quatro não são inéditas: ‘Tom’, uma bossa nova em reverência a Antônio Carlos Jobim (1927-1994); ‘Doidinho por você’, um autêntico pé-de-serra feito a quatro mãos com Nivaldo do Acordeom (sanfoneiro de Anastácia que também participa na música); a mistura do acalanto com rock progressivo que resultou na ‘Ana Clara’; e ‘Um lugar’, composição de Mozart e Clarice Nader baseada nas antigas canções medievais.

De acordo com Mozart, todas elas ganharam novos arranjos em virtude da sua comemoração.

Dentre as participações especiais nas inéditas estão nomes como Chico César (‘Nativo brasileiro’), Oswaldinho do Acordeom (‘Fruto do desejo’), Pedro Sampaio (‘Flor’) e Jorge de Mello (‘Curiando o curió’), este último um verdadeiro desafio para Mozart, que musicou a letra de Mello baseada em um dos 16 estilos de versos do amigo e poeta popular Patativa do Assaré (1909-2002), que ele chama de ‘uru/eja’. “Para mim, o mais difícil é dizer ‘eu topo’”, brinca.

O paraibano recorda que um de seus incentivadores para trabalhar mais as canções voltadas para o diálogo com o cordel foi o Patativa. No final dos anos 1970, o poeta cearence indagou sobre o quanto ele tinha saudades da terra natal. Respondendo que às vezes visitava a Paraíba, Patativa disse que não era o bastante.

Essa ‘alfinetada’ resultou na canção (que não faz parte do novo CD) ‘Golpe de saudade’, cujo refrão recebeu o auxílio de um conterrâneo, Fernando Caboclo: “Coração batendo nesse peito, nessa dor”.

No encarte do Amigos... Tons e Canções Jairo Mozart fez questão de homenagear e relembrar seus amigos da música, citando nominalmente ou fazendo um mural de fotos com nomes como Dominguinhos (1941-2013), Jorge Mautner, Raimundo Fagner, Belchior, Zé Ramalho, Bráulio Tavares, dentre outros.

O elenco feminino que faz parte do disco é formado pelas vozes de Lilia Diniz, Sharia Ribeiro (que também toca pandeiro) e Naiça Bowen. Complementando o trabalho, os músicos Kalley Seraine (violino), Roberto do Nascimento (contrabaixo), Jorge Macarrão (zabumba) e Haroldinho Mattos (guitarra).

CORDEL DO PIONEIRO

Além do disco, Jairo Mozart também está lançando o cordel em livro A Peleja de Delmiro Gouveia com o Progresso (edição do autor, 74 páginas).

“Pela primeira vez eu criei em decassílabos em décimas”, explica o cordelista. “É um estilo dos mais difíceis que existe dos 11 primordiais”, analisa.

O tema da sua quinta obra gira em torno do cearense Delmiro Gouveia (1863-1917), um “ícone do empreendedorismo que mecanizou todo o Nordeste”. De acordo com Mozart, Gouveia foi pioneiro em muitas frentes: criou a primeira vila operária, o primeiro shopping no Nordeste (o Derby Centro Comercial do Recife, Pernambuco), além de desbravar estradas de ferro e de rodagem, dentre outros feitos.

De origem humilde, pai vendedor de mulas que morreu na Guerra do Paraguai, Mozart frisa que o empresário chegou a falir três vezes, mas se reergueu quatro. “Aqui (na Paraíba), só foi um pedaço de sofrimento para Gouveia”.

Tanto Amigos... Tons e Canções quanto A Peleja de Delmiro Gouveia com o Progresso podem ser encontrado em João Pessoa n’O Sebo Cultural.

“O meu trabalho, tanto na literatura, nas artes plásticas ou na música tem as preservações da linguagem da cultura popular e do meio ambiente”, atenta Jairo Mozart.

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Jornal da Paraíba

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