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VIDA URBANA

Adotar um animal de estimação é ato de solidariedade e amor

Cães e gatos chegam ao CCZ de diversas formas. Segundo o veterinário Felipe Eduardo, os animais podem ser deixados no órgão pelos antigos donos ou apreendidos nas ruas.

Publicado em 14/06/2009 às 8:26

Alysson Bernadrdo
Especial para o JP


Entre latidos e sorrisos. Assim se encontra, diariamente, o ajudante de motorista Júlio Mendonça, que mora no bairro de Expedicionários, em João Pessoa. Há quase três meses, enquanto passeava com os dois filhos, Miguel Ângelo, de 6 anos, e Gabriel Serafim, de 3, ele se deparou com um cachorro perdido. De cara, o pequeno Miguel se apaixonou pelo animal, e convenceu o pai a levá-lo para a casa da família. Eles compraram uma coleira e uma corrente para o cão, que em pouco tempo se tornou participante ativo das brincadeiras das crianças.

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Contudo, dias depois, o proprietário do cachorro apareceu, e Júlio Mendonça se encontrou na difícil situação de ter que devolver o animal que já fazia parte da sua rotina. Miguel entrou em crise com a partida do cão. “Meu filho não parava de chorar, sentindo falta do cachorro. Aquilo mexeu muito comigo e acabei prometendo a ele que iria lhe dar um novo cachorrinho”, lembrou Júlio. Ele, então, decidiu ir ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de João Pessoa, para onde vão diversos cães e gatos abandonados pela cidade. Lá, os bichos recebem os devidos cuidados e, em seguida, são colocados à disposição para adoção.

Em busca de retomar o ânimo do filho, Júlio foi tão entusiasmado ao Centro que nem fez exigências, como a raça do novo cachorro. Tanto, que ele voltou para casa trazendo consigo uma cadela que, segundo ele, “não é vira-lata, e sim mestiça”. Ao vê-la, Miguel e Gabriel fizeram uma festa e logo a deram o nome de Lessa. Dócil e bastante brincalhona, a cachorra rapidamente se adaptou ao novo lar. Contudo, Júlio e sua família é que precisaram se adaptar ao animal. “Ela apresentou algumas pulgas e carrapatos no começo. Tivemos que comprar sabonetes e xampus especiais para tratar do problema. Agora, muito bem tratada, Lessa é uma fonte de alegria para meus filhos”, assegurou.

A história de Júlio teve um desfecho feliz não só para a sua família, como também para a cadela, que ganhou uma nova oportunidade de se inserir no convívio de uma família, recebendo alimentação, cuidados e carinho. Mas esse não é um exemplo isolado. Lessa é apenas um dos 262 cães que, de janeiro a abril deste ano, foram adotados através do CCZ, único órgão público da Grande João Pessoa que realiza este trabalho. Somado ao índice canino, ainda temos o universo de 54 gatos que também foram adotados no centro, no mesmo período, perfazendo um total de 316 animais, ou uma média de 79 por mês.

Um deles é Bingo, que foi recebido na casa do aposentado João de Almeida, que mora no Castelo Branco. Passando mais tempo em sua residência depois que deixou o trabalho, ele começou a sentir necessidade de criar um bicho de estimação. “Já tinha criado gatos há anos mas, devido à correria com o meu serviço, que acabava me impedindo de me dedicar a eles, acabei os doando. No começo do ano decidi buscar um novo animal e hoje sou completamente satisfeito. Bingo trouxe um novo clima a casa e se tornou um grande companheiro”, disse.

Cães e gatos, como Lessa e Bingo, chegam ao CCZ de diversas formas. Segundo o responsável pelo setor de captura e vacinação animal do centro, o médico veterinário Felipe Eduardo, os animais podem ser deixados no órgão pelos antigos donos ou apreendidos nas ruas por equipes de remoção. “Os que são pegos pelas vias públicas ficam em observação por três dias, para vermos as condutas deles, se têm algum desvio comportamental ou problemas de saúde. Passada esta etapa, se for verificado que eles estão aptos à adoção, são levados ao canil ou ao gatil do centro”, explicou.

O canil do CCZ possui 24 boxes, os quais suportam, cada um, até cinco cães de porte médio. Já o gatil está estruturado com seis boxes, que têm capacidade para receber o número máximo de oito gatos em fase adulta. Nestes espaços, após receberem a atenção médica necessária, os animais ficam no aguardo de uma nova família. Alguns deles chegam ainda filhotes, enquanto outros dão cria por lá. Apesar de serem assistidos de perto, no centro, por uma equipe especializada, nem todas as histórias de cães e gatos adotados têm um final feliz.

Exemplo disso aconteceu com a recepcionista Maria Késsia, que reside em Mangabeira. Casada, ela e o marido viviam em uma casa pequena e, ao se mudarem para outra com um terreno amplo, decidiram adotar um cão. “Fomos até o Centro de Zoonoses e adotamos uma cadelinha, filhote de vira-lata. Na mesma hora a levamos para nossa casa e a demos o nome de Pretinha”, lembrou. Ao sair do CCZ, todos os animais recebem vacina contra raiva e, em casos de filhotes, alguns deles também recebem medicação contra vermes.

Contudo, todos esses esforços não foram suficientes para conservar a saúde de Pretinha. Ao chegar ao novo lar, ela se mostrou bastante abatida e sem resistência. O casal que a adotou tentou reanimá-la. Mesmo assim, em menos de uma semana, a cadela faleceu. “Imaginamos que alguém pudesse ter colocado veneno para ela, mas nosso muro é alto e, por isso, descartamos a hipótese. Até tentamos medicá-la, mas não surtiu efeito. Ficamos traumatizados com a morte”, contou Késsia. Apesar do susto, ela disse que o pouco tempo que passou com a cadela foi muito bom e que, junto com o seu marido, já está se preparando para adotar um novo bicho de estimação.

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Jornal da Paraíba

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