COTIDIANO
Decretada prisão de suspeito de matar paraibana no Rio de Janeiro
Corpo de Íris Bezerra de Freitas, de 21 anos, foi encontrado dentro de mala boiando em canal no Leblon. Ex-marido é acusado. Enterro acontece nesta segunda-feira em Fagundes.
Publicado em 10/05/2010 às 7:04
Do G1
Com Paraíba1
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) decretou na noite do domingo (9) a prisão temporária de Rafael da Silva Lima, suspeito de matar a ex-mulher, a paraibana Íris Bezerra de Freitas, de 21 anos. Seu corpo foi encontrado dentro de uma mala de viagem, no sábado (8), no canal do Leblon, na Zona Sul carioca.
Segundo a família, que mora no município de Fagundes, a expectativa é de que o corpo chegue no começo da tarde desta segunda-feira (10) no aeroporto João Suassuna, em Campina Grande.
O pedido de prisão foi feito pelo delegado Celso Gustavo Castelo Ribeiro, da Divisão de Homicídios (DH), responsável pelo caso. O corpo da operadora de caixa foi encontrado por funcionários da Rio Águas, responsável pela limpeza do canal, na rua Visconde de Albuquerque. Rafael está foragido.
A polícia procura imagens que possam mostrar o exato momento em que o suspeito jogou o corpo no canal. “Estamos analisando as câmeras de prédios no entorno do canal. Queremos verificar se alguma cena do crime foi gravada. Cinco equipes da DH fazem buscas pelas ruas da cidade para tentar prender o suspeito desde a manhã de sábado, o que caracteriza a não interrupção das investigações”, explicou o delegado.
Relacionamento conturbado
De acordo com a Polícia Civil, a morte teria sido causada durante uma briga dos dois, possivelmente motivada pelo fim do casamento. A polícia trabalha com a hipótese de crime passional e possivelmente premeditado.
A família relatou ao Paraíba1 e à TV Paraíba que teve um último contato com Íris na semana passada. Aflita, ela teria dito que Rafael tomou o seu celular, documentos e dinheiro. No domingo (9), policiais receberam informações de que Rafael foi expulso por traficantes da favela da Rocinha, onde o casal morava, por causa do assassinato.
Íris e Rafael (na foto ao lado) foram casados e tiveram uma filha, mas nos últimos meses eles estavam separados. No final de 2009, inclusive, Íris veio à Paraíba visitar a família já sem o ex-marido, mas após os feriados de fim de ano ela voltou ao Rio, onde morava na favela da Rocinha.
A mãe de Íris, Maria da Guia Bezerra, soube do crime ainda no sábado, depois que recebeu um telefonema da vizinha da filha na Rocinha. Esta mulher, inclusive, se apresentou à polícia como testemunha. Ela viu quando Rafael e Íris entraram na casa dela, e depois quando o rapaz saiu sozinho da casa e carregando uma bolsa parecida com a encontrada no canal.
Homicídio duplamente qualificado
Ainda de acordo com Ribeiro, o ex-marido deve responder por homicídio duplamente qualificado, com agravante por ter tentado ocultar o cadáver, podendo pegar de 12 a 30 anos de prisão.
De acordo com a Polícia Militar, o cadáver estava dentro de uma mala, na superfície do canal, próximo a uma das saídas de água. Os funcionários da prefeitura analisaram o material e acionaram os policiais do 23º BPM (Leblon). Ainda segundo a polícia, Íris foi morta a facadas.
De acordo com a polícia, o corpo teria sido reconhecido por amigos da vítima, no Instituto Médico Legal (IML). O cadáver foi encontrado com várias marcas de agressão e cortes. Íris Bezerra de Freitas trabalhava numa loja de roupas em Ipanema, também na Zona Sul da cidade.
Policiais da Divisão de Homicídios foram acionados para o local e realizaram a perícia. De acordo com os agentes, os amigos da vítima e os funcionários da prefeitura que encontraram o corpo prestaram depoimento na delegacia.
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