Falha na mobilidade oferece mais riscos

A disputa de espaço entre motos, bicicletas e pedestres se tornou um problema para quem transita pelas principais ruas de Cabedelo, Região Metropolitana de João Pessoa. A reclamação constante é que faltam espaços adequados como ciclofaixas e calçadas, com sinalização horizontal e vertical, em algumas ruas.

Um projeto de mobilidade urbana para o município está sendo elaborado pela Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana de Cabedelo, mas a proposta não tem previsão de ser iniciada.

Aos 80 anos, Joana Maria de Souza é uma das moradoras que lamenta a falta de estrutura da cidade. “Moro em Cabedelo desde que nasci e sempre foi assim. Temos que andar pela pista, nos arriscando entre os carros. Para nós que estamos velhos é ainda mais perigoso, porque corremos o risco também de cair. Se tivesse uma calçada, com certeza ficaria melhor”, comentou a idosa, que transitava a pé pela BR-230, que corta a cidade.

Quem depende de bicicleta como meio de transporte também encontra problemas. Há 35 anos trabalhando no Porto de Cabedelo, Clemildo Monteiro conta que vive em constante tensão para transitar de bicicleta pela cidade. “A gente que anda de bicicleta vive numa guerra com as motos, que não respeitam nosso espaço. Nem temos uma faixa própria, aliás”, desabafou o estivador Clemildo Monteiro sobre a constante tensão para transitar de bicicleta pela cidade. “Uma moça me deu uma plaquinha que diz para manterem distância 1,5 metro de mim, mas acho que isso não ajuda muito, já que falta respeito e monitoramento dos agentes de trânsito”, disse.

A secretária-executiva de Mobilidade Urbana em Cabedelo, Patrícia Cunha, explicou que vem realizando um mapeamento dos trechos de vias públicas mais caóticos e prejudiciais aos ciclistas para elaboração de um projeto de mobilidade.

O promotor de Justiça de Cabedelo, Valério Bronzeado, disse que pretende realizar uma audiência pública no próximo dia 20 de agosto com os setores competentes para pressionar por soluções para o problema da mobilidade. “Firmamos um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e com a Prefeitura de Cabedelo para que eles cumpram a responsabilidade de colocar abrigos nos ônibus e promovam a recuperação da orla. Esperamos que ambos firmem um convênio para que um ou outro assuma o projeto de reformar a orla, que desde os anos 1980 não recebe melhorias”, comentou.

A secretária Patrícia Cunha informou que a prefeitura está tomando as medidas para resolver o problema.