VIDA URBANA
Camelôs usam carros como ponto de vendas
Sem outra fonte de renda, vendedores ambulantes que trabalham no centro da capital, correm o risco de terem suas mercadorias apreendidas.
Publicado em 07/07/2012 às 6:00
Apesar das ações de fiscalização comandadas por agentes da Prefeitura de João Pessoa, os comerciantes informais continuam agindo livremente pelas ruas do Centro da capital. Usando automóveis, eles vendem produtos falsificados, peças de vestuários e até alimentos e disputam a mesma clientela com as lojas formais. A presença dos vendedores contraria as normas do Código de Postura do Município e recomendações feitas pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB).
As ruas Santo Elias, Santos Dumont, Desembargador Souto Maior, todas próximas ao Parque Sólon de Lucena, são as principais vias que vêm sendo ocupadas pelos comerciantes. Com os produtos expostos no porta-malas de carros, eles atraem a atenção de pessoas interessadas em comprar CDs, DVDs, roupas e calçados. Alguns usam os veículos e as áreas proibidas para vender lanches. Alguns estão no local há mais de cinco anos e afirmam que já tiveram as mercadorias apreendidas pelas equipes da Prefeitura. É o caso de um vendedor informal que não quis se identificar. Há pelo menos dois anos, ele revende CDs e DVDs falsificados no Centro de João Pessoa. Pai de três filhos, ele conta que não tem emprego e precisa se “arriscar” nas ruas, para sustentar a família. “Já tive minha mercadoria toda apreendida. Os agentes da Secretaria de Desenvolvimento Urbano levaram tudo e eu precisei fazer empréstimo para comprar tudo de novo. A gente sabe que isso é perigoso, que não pode ficar aqui, mas não tem outro jeito. Preciso dar de comer aos meus filhos e é melhor trabalhar aqui do que roubar”, comenta.
Em outra avenida, também ocupada por comerciantes informais, a história é a mesma. Um jovem de 20 anos, que também pediu para não ser identificado, contou que já trabalha há cinco anos nas ruas, vendendo calçados. O trabalho foi herdado do pai. Com a mercadoria exposta sobre o capô e teto de um carro, ele conta que não tem outro meio de sobrevivência.
“Daqui retiro o dinheiro para pagar minhas contas. Já tentaram nos tirar daqui, mas sempre volto, porque preciso trabalhar”, conta.
O secretário da Sedurb, Américo Cabral Neto, reconhece que a permanência dos vendedores nas ruas é motivada pela questão social. No entanto, destaca que a ocupação é proibida pelo Código de Postura do Município. Por isso, os comerciantes precisam sair do local.
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