Vida e poesia em colcha de retalhos

Civone Medeiros tem o seu próprio conceito de escambo: "Eu troco a vida por poesia", diz a artista potiguar que trouxe para João Pessoa, em duas malas, as obras da exposição Mais Amor Por Amor. Os trabalhos em tecido podem ser vistos até o próximo dia 25 no Centro Cultural Espaço Mundo. A abertura da exposição é hoje, às 20h, com uma performance cênica da artista Carol Marques e show do músico Maguinho da Silva. A entrada é gratuita.

Nas duas malas, Civone trouxe para João Pessoa também os instrumentos para o seu Laboratório de Vivências Poéticas e Processos Criativos, cuja última reunião termina hoje pela manhã. É nestas atividades que a artista desvenda o processo criativo e o "protagonismo poético" de sua arte, feita a partir de técnicas de impressão em tecido.

"É da venda desse trabalho de onde eu tiro o meu sustento", diz Civone, que já chegou a levar a exposição para Lima (no Peru), depois de ocupar espaços alternativos de Natal (RN), e até a espaços tradicionais como a Pinacoteca Potiguar. "Quando eu monto a exposição, ela se torna uma grande colcha de retalhos, com vários suportes."

Participante de movimentos sociais como a Universidade Livre Feminista e o Coletivo Leila Diniz, além de integrante do Instituto Cultural e Audiovisual Potiguar (ICAP), Civone Medeiros procura se integrar com o ambiente cultural das cidades por onde passa. Aqui na Paraíba ela conheceu a artista Carol Marques, de Campina Grande, que está participando da sua oficina e topou abrir a exposição com uma performance.

"Eu gosto de costurar essas afinidades eletivas", diz Civone Medeiros. "Obviamente, não são todas as estéticas que me atraem, mas conservo sempre o coração e a mente bem abertos para me integrar com os outros. Não quero só empurrar a minha estética no mundo alheio". A artista é também poeta e atriz (ela participou de Noturno, em 2012, curta com roteiro inspirado em poemas de Nina Rizzi).