João Pessoa, Parahyba de todos os paraibanos

A capital paraibana encerra neste domingo a série de reportagens do projeto Eleições 2012. Do Sertão ao Litoral, o JORNAL DA PARAÍBA traçou o cenário atual e resgatou um pouco da história de mais nove municípios. Nessa série, o leitor teve a oportunidade de conhecer os problemas vividos pela população das cidades de Cajazeiras, Sousa, Patos, Monteiro, Guarabira, Santa Rita, Bayeux, Cabedelo e Campina Grande. Agora, é a vez de saber um pouco mais sobre a cidade de João Pessoa, maior colégio eleitoral da Paraíba.

Na cidade onde o sol nasce primeiro, a disputa política sempre foi acirrada. Além disso, é possível afirmar que a cidade passa por um momento de importantes transformações. O reflexo disso foi sua elevação à categoria de metrópole, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Após o fim da Ditadura Militar no Brasil, em 1985, sete eleições municipais foram realizadas. A política da época seguia o modelo tradicional, do qual o primeiro prefeito que assume João Pessoa, João Carneiro Arnaud, fez parte. O político contava com a maioria dos partidos. Todavia, conforme o cientista político Jaldes Menezes, Arnaud não organizou a vantagem que tinha e acabou se perdendo na política. “Ele não aproveitou o momento de muitos aliados para subir politicamente”, comentou.

Nas eleições seguintes para prefeito, chega ao município o modelo populista, do qual o governo de Wilson Braga (1989-1990) foi a maior representação. Nesse período, o populismo chegou ao auge e também dominava a maioria das cidades paraibanas. Assim como Braga, outros líderes políticos também seguiam a mesma linha. Dentre esses líderes estavam Ruy Carneiro, Elpídio de Almeida e Cássio Cunha Lima.

A política populista perdurou por muitos anos em João Pessoa, o que veio a mudar apenas com a entrada de Cícero Lucena (PMDB) na política da capital. Em 1994 Cícero ocupava o cargo de vice-governador, e assumiu o governo no lugar de Ronaldo Cunha Lima (PMDB), que deixou o cargo para se candidatar a senador. Ao terminar o mandato de governador, Cícero foi eleito prefeito de João Pessoa; em 2000, foi reeleito no primeiro turno, com 74,2% dos votos válidos, contra 21,02% de Luiz Couto (PT), seu principal adversário.

Apesar das pesquisas apontarem aprovação popular, o último mandato de Cícero foi marcado por uma obra que provocou rejeição em seu nome até os dias atuais. O viaduto Cristo Redentor, localizado na BR-230, no bairro do Cristo, foi popularmente batizado de 'Sonrisal', por conta das inúmeras intervenções feitas na estrutura. Atualmente, o Sonrisal é um dos trechos da cidade que registram congestionamentos diários, mesmo fora dos horários de pico.

De uma forma geral, é possível afirmar que a carreira política de Cícero foi marcada por muitas vitórias – e escândalos. Em 2005, quando ocupava o cargo de secretário estadual do Planejamento, foi preso pela Polícia Federal, através da operação Confraria, acusado de compor um esquema de licitações irregulares e desvio de verba da Prefeitura da capital.

Em março deste ano, já como senador pelo PSDB, recebeu homenagem em Brasília, por entidades de classe representativas da Polícia Federal, com uma medalha e um diploma 'deferência policial federal', que significa o reconhecimento das entidades ao senador pela notoriedade nas suas ações e por considerá-lo um exemplo para as novas gerações.