VIDA URBANA
Velha ortografia ainda vigora no país
Segundo decreto assinado pelo ex-presidente Lula, a velha e a nova norma ortográfica só poderão coexistir até 31 de dezembro deste ano.
Publicado em 02/09/2012 às 16:03
"A valorização da fala oral e dos regionalismos lingüísticos". A frase pode ser lida no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, mas não faz parte de nenhuma exposição sobre como era o idioma oficial antes do novo Acordo Ortográfico, em vigor no país há mais de três anos.
Extinto pelo novo acordo ortográfico firmado entre países lusófonos (como Portugal, Brasil, Angola e Cabo Verde), o trema pode ser encontrado na defasada linha do tempo do museu, que parou em 2000,seis anos antes da própria inauguração.
Esse exemplo é apenas uma das lembranças da antiga ortografia do português que figuram no museu, que já recebeu 2,8 milhões de pessoas desde que abriu as portas na Estação da Luz, é um dos museus mais visitados da América Latina.
Responsável pela instituição desde o mês passado, a Organização Social(OS) Instituto da Arte do Futebol Brasileiro enviou um relatório à Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo no qual considera ser a adequação dos textos do museu ao novo acordo ortográfico um "ajuste prioritário".
Segundo decreto assinado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a velha e a nova norma ortográfica só poderão coexistir até 31 de dezembro deste ano. A partir dessa data, vestibulares, concursos e livros publicados no país, por exemplo, só poderão usar a nova ortografia.
As mudanças atingiram principalmente a acentuação e a hifenização das palavras.
Elaborado em 1990, o acordo ortográfico entrou em vigor depois que, em 2008, parte dos membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa o ratificou.
O objetivo do acordo é unificar a ortografia a fim de fortalecer a língua portuguesa no mundo e evitar, por exemplo, que divergências linguísticas se tornem obstáculos para acordos ou tratados firmados entre governos.
O Instituto da Arte do Futebol Brasileiro, que também administra o Museu do Futebol, assumiu a gestão do Museu da Língua Portuguesa ao derrotar a proposta da Poiesis, que administrava o local.
Apesar da mudança, a nova gestora pretende manter o atual diretor, Antonio Carlos de Moraes Sartini, e a equipe que já trabalhava no museu.
O objetivo, segundo ela, é "agregar a sinergia entre os equipamentos e preservar a transição e a continuidade das operações" para evitar "prejuízos operacionais por força da eventual mudança da gestão".
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