CULTURA
Com cautela, locadoras de João Pessoa investem nos "blu-rays"
“Neste mar de catástrofe gerado pela pirataria, o blu-ray não chega a ser a bóia da salvação, mas é um alento”, afirma Michel Abrahão, dono de locadora.
Publicado em 24/10/2010 às 11:52
André Cananéa
Com cautela, os donos de locadoras também tem investido nos filmes em blu-ray. A Vídeo Store e a Ribalta Filmes, localizadas em endereços nobres de João Pessoa (a primeira no Retão de Manaíra e a segunda, na av. Nego, em Tambaú) vêem o faturamento crescer com a locação dos discos azuis, mas apostam devagarzinho.
“Neste mar de catástrofe gerado pela pirataria, o blu-ray não chega a ser a bóia da salvação, mas é um alento”, afirma Michel Abrahão, da Ribalta. A locadora começou a investir nos filmes de alta definição há um ano e chega perto de 150 títulos, que aluga a R$ 7, cada. “Hoje, a locação de blu-ray chega a 20% do total de locações da loja”, revela Michel.
O percentual é quase o mesmo da Vídeo Store, primeira a investir nos discos azuis (o primeiro título, 300, data de setembro de 2008). De acordo com o proprietário, Fabiano Rodrigues, este mês as locações dos discos azuis já respondem por 17% do faturamento. “Cerca de 1,5% do acervo já responde por 17% do faturamento”, informa Fabiano, cuja locadora possui 6.700 DVDs, contra 129 discos de blu-ray, que são locados a R$ 6, cada.
Em comum, ambas as locadoras registraram a volta de antigos clientes e o surgimento de novos. “Por conta do blu-ray, clientes que não apareciam há seis anos voltaram a alugar filmes aqui”, atesta Fabiano. “A gente abre uns dez cadastros novos de clientes interessados apenas no blu-ray”, acrescenta Michel, que também observou que muitos dos clientes alugam blu-rays para rodar em Playstations (até agora, o PS3 é o único videgame que além de jogos de última geração, roda os BDs). “Tem muito caso de pai que deu o videogame para o filho e, por tabela, acaba assistindo blu-ray nele”, acrescenta.
Mesmo com tantos números positivos, as locadoras estão desacreditadas no formato. “A gente fez um investimento muito grande para passar de VHS para DVD e aí veio a pirataria e prejudicou as locadoras e as grandes distribuidoras nem aí. Por isso, a gente vai com calma no blu-ray, que a gente sabe que na velocidade que a tecnologia está, vai ficar ultrapassado muito rápido”, desabafa Fabiano.
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