POLÍTICA
Mais de 51% dos eleitores da PB não têm o ensino fundamental completo
Cientista político diz que pouca instrução dificuldade escolha qualificada de candidatos.
Publicado em 12/11/2017 às 15:00
Dos mais de 2,9 milhões de eleitores paraibanos, 736 mil (25,3%) informaram à Justiça Eleitoral que não completaram o ensino fundamental, que compreende as séries do 1º ao 9º ano. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 500 mil (17,7%) leem e escrevem, enquanto 246 mil (8,4%) são analfabetos. Os dados mostram que 51,4% dos eleitores da Paraíba não têm o ensino fundamental.
Ainda segundo o levantamento do TSE, 577 mil votantes (19,8%) completaram o ensino médio, enquanto 330 mil (11,3%) disseram não ter concluído essa etapa. Por sua vez, 235 mil (8%) têm diploma de ensino superior e 148 mil (4,9%) iniciaram, mas não concluíram o curso universitário. Do total de eleitores, 113 não informaram o grau de instrução.
Do eleitorado apto a votar em outubro, 1.372.978 são homens (47,2%) e 1.535.063 (52,8%), mulheres. Mais de 40 votantes não declararam o sexo. Em outubro do próximo ano, os paraibanos vão às urnas para votar no presidente da República, escolher o governador, dois senadores, 12 deputados federais e 36, estaduais.
Dificuldade de escolha
Diante dos dados do TSE, o cientista político e professor da Universidade Federal de Campina Grande, Fábio Machado, supõe que, tanto para os analfabetos quanto àqueles que só sabem ler e escrever, as dificuldades aumentam pelos limites impostos à informação e, consequentemente, à formação de uma opinião melhor qualificada sobre os candidatos, partidos, coligações e propostas de campanha.
“Esses cidadãos não têm acesso direto aos veículos de comunicação impressos e a leituras mais qualificadas e aprofundadas sobre matérias relativas ao 'mundo político'. Como sabemos um universo complexo, envolto numa dinâmica bastante sofisticada, que requer conhecimento sobre dados, sobre a realidade social e política, e, para tanto, é necessário o recurso da leitura, dos estudos. Assim, suponho que esses eleitores, de uma maneira geral, tenham mais dificuldades e avaliar o status quo e fazer escolhas mais conscientes”, explicou Fábio Machado.
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