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ECONOMIA

Energia mais cara já impacta negócios e lares

Conta de luz, que acumula alta de 45% em Campina Grande, já afeta indústria de sorvetes

Publicado em 03/03/2015 às 7:20 | Atualizado em 20/02/2024 às 17:55

Com dois aumentos consecutivos de energia elétrica que chegam a 45%, o empresário da KiSabor Sorvetes, Raimundo Miranda Diniz, confessou que está estudando uma forma de reduzir os custos com energia elétrica para evitar demissões no pequeno negócio, situado em Campina Grande. Há 27 anos atuando no ramo, Raimundo contou que nunca viu um ciclo de reajustes tão alto como os anunciados este ano. Campina Grande e outras cinco cidades da Borborema já acumulam um aumento médio de energia, este ano, que ultrapassa os 45% para o consumidor final.

Desde ontem começou a vigorar a Revisão Tarifária Extraordinária (RTE) e com ela, a conta de luz pesará mais no orçamento de todos os usuários da Paraíba. Para os moradoras dos 216 municípios atendidos pela Energisa Paraíba a alta é de 3,8%. Já o aumento nos seis municípios que compreendem a Energisa Borborema é de 5,7%.

Além destes aumentos, ainda há o reajuste proveniente do sistema de bandeiras, válido também a partir de ontem. O valor da bandeira vermelha saiu de R$ 3,00 para R$ 5,50 para cada 100 quilowatt-hora consumidor, expansão de 83%.
Para muitos paraibanos, o impacto na tarifa de energia elétrica virá no próximo mês, no entanto, para quem mora na região da Borborema, que já enfrentou um reajuste médio de 40% (ocorrido em fevereiro por causa do reajuste anual) a situação é mais preocupante.

“Pago em média R$ 8 mil de energia elétrica por mês, porém o impacto do aumento de fevereiro está para chegar. Estou muito preocupado como vou pagar a alta. Quando chegar estes novos aumentos a situação vai piorar. Se não tiver jeito, vou ter que demitir”, lamentou o empresário campinense Raimundo Diniz.

CONSUMIDORES
Nas ruas do Centro de João Pessoa, consumidores confessam que já mudaram as atividades do dia a dia para poupar energia elétrica. Este foi o caso da funcionária pública Fernanda Santos. “Eu não estou preparada para esse aumento. Meu salário é pouco e o que eu ganho já não dá para nada”, contou.

Fernanda Santos confessou como está agindo para economizar na conta de luz. “Comecei a fazer economias em casa. Diminuí o uso da máquina de lavar, e, agora, uso só uma vez por semana. Reduzi também o consumo de outros eletrodomésticos”, acrescentou.

ENERGISA EXPLICA
O gerente do Departamento de Serviços Comerciais da Energisa na Paraíba, Rainilton Andrade, explicou que o reajuste no sistema de bandeiras e também na Revisão Tarifária Extraordinária cobrem os gastos extras das distribuidoras, obtidos a partir da compra de energia das termoelétricas ou da Usina Hidrelétrica de Itaipu.
Segundo Rainilton Andrade, o aumento referente à Revisão Tarifária Extraordinária está previsto no contrato da concessionária e pode ser solicitado toda vez que houver um desequilíbrio financeiro na receita da empresa. De acordo com ele, o índice deste mês ocorreu por causa do aumento substancial na energia gerada pela Usina Hidrelétrica de Itaipu.

“É possível ocorrer outra Revisão Tarifária Extraordinária nos próximos meses, caso ocorra um novo evento que provoque o desequilíbrio financeiro da empresa”, frisou.
Já com relação ao sistema de bandeiras (vermelha/amarela e verde) o reajuste ocorre por causa do alto custo do uso das termoelétricas.

De acordo com Rainilton Andrade, todos estes custos têm que ser repassados para o consumidor final, caso contrário a concessionária pode até “quebrar”. Segundo ele, o reajuste anual da energia elétrica na Paraíba irá ocorrer normalmente este ano, já que os aumentos atuais são ações independentes desta pauta. A alta anual para os usuários da Energisa Paraíba ocorrerá em agosto e o da Energisa Borborema ocorreu em fevereiro.

IMPACTA A TODOS
O presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Campina Grande (CDL-CG), José Artur de Melo, afirmou que a alta da energia elétrica impacta na vida de todos.
“O governo reprimiu este aumento o ano passado e soltou tudo em 2015, ativando um ciclo vicioso negativo. A economia já está sem crescer e da forma como estão surgindo estes reajustes só traz revolta”, frisou Artur.

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Jornal da Paraíba

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