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VIDA URBANA

Usuários denunciam falta de remédios no Cedmex

Familiares e usuários reclamam que estão há dois meses sem receber os remédios de alto custo para os tratamentos.

Publicado em 24/03/2015 às 6:00 | Atualizado em 16/02/2024 às 13:05

Sem dinheiro para pagar os medicamentos do filho Everton, de 11 anos, a secretária Graciele Tavares depende do serviço do Centro Especializado de Dispensação de Medicamentos Excepcionais (Cedmex), em João Pessoa, para que ele não tenha crises convulsivas. Contudo, há 2 meses ela está sem receber os medicamentos necessários para o seu tratamento e acaba tendo que pedir a ajuda de familiares e amigos para garantir a saúde do filho. De acordo com a direção do Cedmex, o local estava enfrentando problemas com a empresa distribuidora, contudo eles estão sendo solucionados e a previsão é que a oferta dos remédios volte à normalidade em 15 dias.

Para manter as crises convulsivas controladas, Everton precisa tomar duas doses diárias de três medicamentos diferentes. Um coquetel receitado pelo médico, que ainda não é oferecido pelo Cedmex, além do Topiramato 50mg, Lamotrigina 100mg. Graciele Tavares explicou que há anos pegava a medicação do seu filho no Centro de Atenção Integral à Saúde (Cais), mas no final do ano passado se inscreveu para ser beneficiada pelo Cedmex. Tudo parecia resolvido, quando a luta pelos medicamentos recomeçou.

“É uma burocracia muito grande. Eles pedem exames, laudos, fichas, um monte de coisa, que a gente corre atrás para ter e depois não tem mais”, lamentou, revelando os valores dos medicamentos que não estão sendo fornecidos pelo local. “O valor do coquetel ainda é mais em conta, eles não oferecem, mas eu tenho condições de pagar. Já o Lamotrigina custa uns R$ 150,00 e o Topiramato é uns R$ 70,00. Todos só vem com 30 comprimidos a caixa e meu filho precisa de dois por dia, então não dá nem para 15 dias uma caixa de cada. Esse mês eu não tenho mais um centavo para pagar e estou desesperada porque os remédios que a gente comprou já vão acabar na quinta-feira”, afirmou.

E esses dois meses não foram de completa espera. A secretária informou que diariamente liga para o Cedmex para saber novidades e o porquê dos atrasos, mas tudo é em vão. “Eu ligo todo dia, mas não tenho informação nenhuma. Dizem que não sabem informar e que eu ligue depois. Meu filho tem problemas no cérebro e a medicação é a única forma de ter algum sossego”, lamentou. “Eu sei que não sou a única e que tem muitas outras pessoas nessa luta, precisando, por isso estou vindo atrás, porque a gente precisa de uma resposta”, complementou.

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Jornal da Paraíba

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