Passagens de ônibus em Campina Grande podem subir para R$2,70

Operadores do sistema de transporte coletivo de Campina Grande e representantes das empresas de ônibus que atuam na cidade firmaram ontem um acordo que vai reajustar em 10% o salário de motoristas e demais trabalhadores do sistema. A definição do aumento evitou uma nova greve dos trabalhadores, que em julho do ano passado cruzaram os braços por quase 24 horas, mas pode elevar de R$ 2,30 para R$ 2,70 o valor da tarifa de ônibus na cidade.

O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Campina Grande (Sitrans), que representa as empresas, já informou que por conta das novas despesas com a folha de pagamento vai solicitar, ainda essa semana, a revisão da tarifa a Superintendência de Trânsito e Transportes Públicos de Campina Grande (STTP). O último reajuste foi homologado pelo prefeito Romero Rodrigues no dia 15 de fevereiro, quando o valor passou de R$ 2,20 para R$ 2,30.

“A categoria patronal oferece o que pode, mas precisa negociar com responsabilidade, pois temos em mente que o reajuste do salário vai provocar impacto na tarifa paga pela população”, pontuou o presidente do Sitrans, Anchieta Bernardino. Já o presidente do Sindicato dos Condutores de Veículos Rodoviários e Trabalhadores em Transportes Urbanos de Passageiros de Campina Grande (Simcof), Antonino Macedo, comemorou o acordo, que aumentou o salário dos motoristas de R$ 1.467 para R$ 1.613.

“Fiquei muito contente porque a categoria veio em massa e foi uma negociação muito transparente. Quem acaba ganhando também é a população de Campina Grande, que não vai sofrer com nenhuma paralisação", comentou o sindicalista, ao lembrar que os trabalhadores também recebem R$ 400 de ticket alimentação e 2% do valor arrecadado com a passagem em cada veículo.

VOTAÇÃO DE REAJUSTE

Ao falar sobre a possibilidade de reajuste da tarifa, a gerente de transporte da STTP, Araci Brasil, informou que a autarquia deve encaminhar o pedido de revisão ao Conselho Municipal de Transportes Públicos (Comutpb), que vai discutir e votar se o reajuste deve ocorrer e de quanto ele deve ser. Depois disso, a decisão do conselho, que pode sugerir um valor menor que o proposto pelo Sitrans, é encaminhada ao prefeito, que decide se homologa ou não a proposta.

“É natural que haja esse pedido de revisão, pois houve uma nova despesa e ela provoca impacto nos custos. O conselho se reúne sempre na última quinta-feira do mês, mas podemos ter uma decisão antes disso, já que pode ser convocada uma reunião extraordinária pelo superintendente da STTP” explicou.