POLÍTICA
Representantes do setor comemoram criação da Amidi
Entidades representativas esperam que Amidi contribua para a melhoria do conteúdo jornalístico online e sistematização da publicidade no setor.
Publicado em 05/07/2015 às 7:38 | Atualizado em 07/02/2024 às 13:24
Mais do que profissionalizar os portais e blogs da Paraíba, a criação da Associação de Mídia Digital (Amidi) está sendo vista pelas entidades representativas do setor como uma saída para a aplicação das verbas públicas para a publicidade com o uso de regras mais objetivas. A entidade foi criada na última quinta-feira, com a promessa de regulamentar um dos setores que mais cresce em importância e representatividade no país. O grupo visa, também, investir na qualificação dos filiados.
Para o presidente da Associação Brasileira de Agências de Publicidade da Paraíba (Abap), Expedito Carvalho Júnior, a proposta é interessante na medida em que se presta a regularizar a atividade, sobretudo elaborando critérios técnicos para que os recursos públicos destinados à propaganda institucional sejam utilizados objetivamente. “Todo segmento, quando se organiza, abre uma possibilidade para que o setor evolua”, comentou.
Junior Guerreiro, como é mais conhecido, entende que profissionalizar com relação à mensuração de resultados, critérios de alcance do público, de frequência ou volume de publicação é uma proposta bem-vinda pelos operadores do setor. “Espero que ela propicie uma evolução do mercado no segmento de mídia online”, disse.
A jornalista Marcela Sitônio, que preside a Associação Paraibana de Imprensa da Paraíba (API-PB), também vê com bons olhos a regulamentação da atividade, apesar de acreditar que não haverá mudanças imediatas. “A informação é um produto para informar a população. O profissional deve oferecer o espaço e não a consciência, é o que deve acontecer”, explicou.
Sitônio criticou, ainda, a relação nebulosa entre os que embarcam na atividade sem compromisso com a ética profissional do jornalismo. “Quando um governo, seja ele federal, estadual ou municipal, paga um banner num veículo é uma forma de amarrar aquele profissional para não falar mal do gestor. Quando ele libera verba pública, o critério é evitar que saiam matérias negativas para a gestão. Não é explícito porque não é legal, mas é o que acontece. Sempre está ligada essa relação de conveniência”, criticou, acrescentando que a relação precisa ser outra.
O presidente da Associação das Emissoras de Radiodifusão da Paraíba (Asserp), Henrique Kirilauskas, que atua junto a mídias tradicionais como TVs e rádios no Estado, acha que organizar o mercado é fundamental para garantir a otimização do uso das verbas do governo para a publicidade institucional. “Considerar o número de acessos seria um bom parâmetro a se seguir e há meios para se medir isso. O que não pode é acontecer de um blog lá do interior, com quase nenhum acesso, receber verbas do governo para divulgar ações, enquanto portais de notícias não recebem o mesmo investimento”, argumentou.
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