ECONOMIA
Construção fecha ano com queda de 3,28% no faturamento
Receita da venda de imóveis em 2014 ficou em R$ 1,830 bilhão, contra 1,892 bilhão em 2013.
Publicado em 10/02/2015 às 10:15 | Atualizado em 22/02/2024 às 17:54
A Copa do Mundo, as eleições e a economia em processo de desaceleração influenciaram no faturamento do setor da construção no ano passado. Após crescimento de 19,3% no faturamento de 2013, as construtoras da Grande João Pessoa viram seu faturamento recuar 3,28% no ano passado sobre o ano anterior. A receita da venda de imóveis em 2014 ficou em R$ 1,830 bilhão, contra 1,892 bilhão em 2013.
O número de unidades vendidas registrou um recuo maior (11,63%) sobre o ano anterior. No ano passado, foram vendidas 5.322 unidades residenciais na Grande João Pessoa, 691 a menos do que em 2013, quando foram vendidas 6.023 unidades. A média é de 333 imóveis vendidos por mês em 2014, contra 501 em 2013.
A queda maior em número de unidades e menor no faturamento sugere que foram vendidos imóveis mais caros, ou seja, com maior valor agregado, teoria sustentada por Fábio Henriques. “Tivemos um 'excesso' de faturamento em apartamentos de luxo. É um mercado que vem crescendo muito”, revelou.
Para ele, a realização da Copa do Mundo e das eleições no ano passado contribuíram para o recuo nas vendas, assim como a instabilidade econômica. “Havia uma insegurança das pessoas em perder o emprego, como é que ia ficar depois das eleições. Tudo isso faz as pessoas pararem de comprar um pouco”, disse.
Fábio Henriques lembrou ainda, que em 2014 houve menos dias de trabalho, devido aos feriados e pontos facultativos gerados pela Copa. Além disso, o corretor destacou que a demora da prefeitura em liberar os alvarás de construção tem atrasado muitas obras na cidade. “Às vezes leva de oito a dez meses para liberar uma obra”, afirmou.
Para Fábio Sinval, os desdobramentos econômicos do primeiro trimestre do ano serão decisivos para traçar o panorama de vendas em 2015. “Temos que acompanhar como é que vai ficar. Dizem que no Brasil o ano só começa depois do Carnaval, então vamos deixar o Carnaval passar para ver”, brincou.
O proprietário da Encomarq Engenharia, Demétrius Trigueiro do Vale, afirmou que a queda do ano passado também esteve relacionada à dificuldade de acesso ao crédito, à burocracia na solicitação de uma carta de crédito na hora de um financiamento. “Antigamente dava-se entrada para solicitar uma carta de crédito e a resposta era dada em 30 dias. Agora, é o triplo do tempo”.
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