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VIDA URBANA

Vítimas não procuram ajuda

Vergonha, medo e falta de conhecimento são barreiras. No ano passado, o Centro de Referência Fátima Lopes, em CG, só atendeu 3 estupros.

Publicado em 20/01/2015 às 6:00 | Atualizado em 28/02/2024 às 17:21

Um fator que preocupa os órgãos de proteção é que a maioria das mulheres que são vítimas de estupro não procura atendimento especializado após passarem abusos e acabam enfrentando o trauma sozinhas, o que se torna mais difícil. Mitos como vergonha de procurar ajuda para este crime, medo de não ter sigilo e ainda a falta de conhecimento são barreiras que calam esse grito de socorro.

Em Campina Grande, por exemplo, o Centro de Referência da Mulher Fátima Lopes, no ano passado, atendeu 303 mulheres vítimas de violência, na região da Borborema e desde que foi inaugurado, em dezembro de 2012 até o final de 2014, foram atendidas 512 mulheres.

Apesar do bom número, um dado preocupante é que no ano passado, apenas três das mulheres atendidas foram vítimas de estupros.

A coordenadora do Centro de Referência, Izânia Monteiro, informa que para as vítimas de estupro o órgão oferece toda a assistência necessária, desde o momento da denúncia do crime até a última instância da Justiça, durante os processos. Quando os abusos acontecem dentro da própria família, ou quando há risco de morte às vítimas, o Centro também providência medidas protetivas para que as mulheres fiquem protegidas em abrigos especiais.

“O Centro de Referência é uma grande vitória para as mulheres de toda a Paraíba, mas é preciso que estas procurem ajuda, pois, tudo que nós fazemos precisa ser com a vontade delas. Vale lembrar que não atendemos apenas vítimas de estupro, mas também mulheres que sejam vítimas de qualquer tipo de violência seja física, sexual ou psicológica. Também é importante frisar que muitas vezes os estupros acontecem dentro do próprio casamento ou namoro, afinal, o matrimônio ou um relacionamento não obriga a mulher a ser objeto sexual dos homens”, acrescentou Izânia.

PB TEM CINCO CENTROS DE REFERÊNCIA
A Paraíba possui uma rede de atendimento para mulheres, cinco Centros de Referência da Mulher, localizados nos municípios de João Pessoa, Cajazeiras, Santa Luzia e dois em Campina Grande, sendo um estadual e outro municipal. O papel do centro de referência é acolher as mulheres em situação de violência e oferecer atendimento e orientações jurídicas e psicossociais às mulheres em situação de violência. Nestes locais as mulheres recebem todo o suporte que precisam para combater aquela prática. Além disso, as mulheres podem procurar ajuda também nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) dos municípios.

No Estado ainda existem nove Delegacias Especializadas de Antedimento à Mulher (Deam) que ficam nas cidades de João Pessoa, Campina Grande, Bayeux, Santa Rita, Cabedelo, Guarabira, Patos, Cajazeiras e Sousa. Além disso, existem mais dois núcleos de atendimento às mulheres instalados recentemente nas cidades de Queimadas e Esperança, no Agreste e Brejo paraibanos, respectivamente. (Especial para o JP)

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Jornal da Paraíba

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