Veja como usar celulares sem gafes

Com a facilidade de ter acesso às notícias, jogar, comprar, pagar contas e manter contatos à distância através das tecnologias móveis, os conceitos básicos de relacionamento pessoal estão sendo alterados. Chegamos a enfrentar um novo tempo para o qual não estamos sendo preparados, já que, nos últimos tempos, a inserção de tecnologias no mercado é recorrente, mas em muitos casos não esclarecemos para nós mesmos, nossas famílias e sociedade, quais são os tipos apropriados de comportamento e as expectativas que temos com cada aparelho que adquirimos.

Diante da correria diária e de tantas vantagens oferecidas pela tecnologia, a praticidade de ter o mundo ao alcance das mãos faz do Brasil um país com muitos estados que possuem mais celulares que habitantes. Segundo dados mais recentes da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), até novembro de 2011, o país registrou uma média de 120,81 celulares para cada 100 habitantes, totalizando 236 milhões de aparelhos. A Paraíba é um dos estados que tem mais celulares que habitantes, com 105,43 aparelhos para cada 100 habitantes, ultrapassando os quatro milhões de celulares para uma população de 3.753.633.

Com tanto celular na mão, muitos usuários esquecem a etiqueta.

Falar alto em público, compartilhando conversas que não dizem respeito ao próximo; usar o aparelho em sala de aula; ouvir música sem o uso de fone de ouvido no ônibus ou no elevador são exemplos de situações desrespeitosas. A situação fica ainda mais grave quando gafes como essas são cometidas no ambiente de trabalho.

A consultora de etiqueta social Jaira Lemos orienta que a ética e o respeito a quem está no mesmo ambiente que você é fundamental quando se está usando o celular. “Ninguém é obrigado a escutar a conversa do outro. Para manter a boa educação, a etiqueta ensina que você tem que se afastar para falar a vontade”, orienta.

É cada vez mais comum passageiros dos transportes coletivos ouvirem música alta no celular, sem utilizarem o fone de ouvido. A produtora Gláucia Magalhães, presencia diariamente esse tipo de situação e não suporta os chamados 'DJs de ônibus'. “É um absurdo esse tipo de comportamento. Gosto de andar sossegada e ler no ônibus. O volume do som de muitas pessoas é tão alto que você não pode nem falar ao telefone”, reclama.

Outra questão a ser considerada para aqueles que não desgrudam do celular é respeitar os ambientes onde o uso do celular não é permitido ou limitado, como em igrejas, consultórios, cinemas e reuniões de trabalho. “Nessas situações só deixe o celular ligado se for caso de urgência. Deixe no modo silencioso e esqueça os toques exagerados”, disse Jaira. Para manter o bom comportamento, a consultora orienta que os pais devem educar as crianças desde cedo a usar o celular de maneira correta e de acordo com o ambiente em que está.

Francilene Cavalcanti, 37 anos, assistente administrativo e mãe de três crianças, presenteou os filhos com celulares para manter contato com eles, já que ela e o pai das crianças passam o dia no trabalho. Ela conta que sempre orienta os filhos a não utilizarem o aparelho em sala de aula, só durante os intervalos. “A gente orienta, mas sabe como é adolescente, difícil obedecer”, brinca.

As gêmeas Ana Clara e Ana Clarissa Cavalcanti, 12 anos, ganharam os aparelhos há 2 anos e vivem com o celular ligado o dia todo. Os aparelhos das meninas não têm acesso à internet, mas os jogos e as músicas armazenadas prendem a atenção das meninas e também do irmão Adriano Cavalcanti, 8 anos. (Especial para o JP)