COTIDIANO
Comandante conta detalhes da ação policial no sequestro do Cabo Branco
Invasão seria quase impossível e policial teria atirado primeiro em tiroteio que deixou soldado baleado e com risco de ficar paraplégico.
Publicado em 31/03/2010 às 21:02
Maurício Melo
O comandante da 4ª Companhia da Polícia Militar, capitão Liksomar Lábis, contou detalhes da ação policial no caso do sequestro da família do empresário Herbert Maia na noite de ontem (30), na Capital. Segundo ele, uma invasão da PM seria quase impossível, já que o apartamento é blindado. Ele também falou sobre a ação que culminou em um policial baleado.
Segundo ele, o Grupo de Gerenciamento de Crises da PM tinha várias táticas de negociação e ação para a situação, mas que uma invasão seria praticamente impossível porque o apartamento tem portas e janelas blindadas e os sequestradores haviam feito barricadas para impedir que a porta da frente fosse arrombada. "Além disso, eram muitos reféns e uma delas gestante", completou.
Lábis garantiu que a decisão do primeiro grupo de policiais que tentou subir até o apartamento foi correta, mas que eles deram azar ao se deparar com um sistema de luz ativada por movimento. "Eles pediram para que o elevador fosse desligado e subiram pelas escadas, mas apesar de seguirem com avanço protegido, o sensor de movimento os denunciava a cada lance de escada. Então um dos bandidos esperou no escuro e encurralou o policial".
De acordo com o capitão, um dos sequestradores teria dito a ele, após a prisão, que não pretendia atirar no PM e que o policial teria atirado primeiro. "Depois que tudo passou, eu fui confirmar esta informação e é verdade. O soldado atirou primeiro", revelou.
O soldado Joelton Ribeiro Carneiro, de 23 anos, corre risco de ficar paraplégico. Ele foi baleado na região cervical, foi socorrido por colegas e levado para o Hospital de Emergência e Trauma. Passou por uma cirurgia bem sucedida, mas os médicos dizem que é remota a chance de ele voltar a andar.
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