VIDA URBANA
Tráfico é problema comum
Ingresso de crianças no mundo do tráfico também já foi constatado por investigações da Polícia Civil.
Publicado em 25/11/2012 às 8:00
O ingresso de crianças no mundo do tráfico também já foi constatado por investigações da Polícia Civil, como explica a titular da Delegacia da Infância e da Juventude, Joana D'Arc Nunes. Ela disse que esse problema é muito comum em bairros populosos e periféricos e a situação é motivo de preocupação, já que as crianças que se envolvem com o tráfico correm mais riscos de serem vítimas de crimes violentos.
“Já recebi, na delegacia, muitos casos de adolescentes que foram apreendidos por estarem traficando drogas e portando armas. Eles nunca falam nada. Não dizem de onde a droga vem e nem para onde vai. Não pode falar nada, senão morre”, conta.
E mesmo que não se envolvam diretamente com o tráfico, as crianças se tornam vítimas por causa da ligação direta com esses crimes por parte de parentes ou moradores. Em julho deste ano, um menino de 4 anos foi assassinado com dois tiros, na comunidade Cabral Batista, no Bairro dos Novais. O crime estava encomendado para o pai da criança, mas como o homem não foi localizado, os bandidos dispararam contra uma porta e atingiram o garoto. O menino morreu com um tiro na cabeça e outro nas costas. Com medo, familiares da vítima mudaram de endereço. A reportagem do JORNAL DA PARAÍBA procurou o Conselho Tutelar da região, para obter mais informações sobre o caso, mas os conselheiros não têm notícias sobre o destino dos parentes.
O secretário de Segurança e Defesa Social, Cláudio Lima, admite que as facções criminosas estão agindo em João Pessoa, comandando o tráfico de drogas e praticando homicídios. Ele disse que também já foi informado que crianças estão entre os integrantes desses grupos. No entanto, destacou que esse problema não é apenas de segurança pública.
“Esse problema não é de polícia armada, mas sim de ações integradas com as áreas da segurança, saúde e educação. É preciso que Estado, família e sociedade unam esforços para enfrentar esse problema. Por isso, o Estado criou o Programa 'Paraíba Unida pela Paz', uma iniciativa que prevê a realização de ações conjuntas”, declarou.
Em João Pessoa, as crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social são assistidos pelas equipes da prefeitura. Na capital, ainda há programas de proteção às pessoas que são ameaçadas de morte, como destaca o secretário municipal de Desenvolvimento Social, Antonio Jácome.
“A proteção é integral. Dispomos de abrigos, de profissionais de várias áreas e damos a assistência que for necessária”, diz.
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