COTIDIANO
Minha infância foi assim...
Jorge Rezende nasceu em 1966 e cresceu fazendo parte de uma geração que nasceu com a televisão.
Publicado em 09/10/2011 às 8:00 | Atualizado em 26/08/2021 às 23:29
“A criança que fui ontem, ainda hoje se diverte com as lembranças de menina: comer goiaba direto do pé e brincar de garrafão. Sair pelas ruas da cidade para pegar mata-fome das algarobas e me deliciar com castanholas caídas no meio da rua. Brincar de panelinha fazendo bife de folhas e correr pelos matos com a meninada à procura de maço velho de cigarro (Hollywood valia quase nada e ter Carlton em mãos era tudo). Ler muito gibi e devorar qualquer livro que encontrasse pela casa. Sonhar com bicicleta Caloi, vestir bonecas de papel e morrer de medo da Mulher do Algodão. Não havia nenhuma dessas tecnologias mirabolantes de hoje, mas tudo era pura alegria!” Angélica Lúcio - Editora-executiva
“No início dos anos 1970, mais especificamente em 1973, a televisão estava começando a se massificar no Brasil. Antes disso, “só os ricos” possuíam aparelho de tevê em casa. Sou de 1966 e cresci fazendo parte de uma geração que nasceu com a televisão. Entre um programa da Vila Césamo e um episódio de Nacional Kid, líamos gibis. Aqueles anos, em plena ditadura militar do período Médici, vivendo numa cidade militarizada do sul de Minas Gerais, em Três Corações, ao pé da serra da Mantiqueira, nossas inocências também se dividiam entre os campinhos de peladas e as águas do rio Verde, que cortava as barrancas dos antigos veios de ouro das Gerais. Tempo entre montanhas que não voltam mais!” Jorge Rezende - Editor de Política
“No meu tempo de criança as brincadeiras eram na rua. Esconde-esconde, o jogo predileto; Amarelinha, a prova para quem tinha equilíbrio para chegar ao céu e ‘pêra, uva, maçã ou salada mista’ coisa de quem queria ser adolescente. No meu tempo de criança, ‘Plunct Plact Zum’ e ‘Os Jetsons’ faziam a imaginação chegar ao espaço. O Balão Mágico embalava os sonhos. Ter uma boneca da Estrela ou uma bicicleta Caloi, o desejo do Dia das Crianças e Natal.” Andréa Alves - Editora de Cidades
“Como não lembrar de tudo que vivi na infância, na rua Santa Luzia, em Juazeiro do Norte (CE). A liberdade para me divertir com brincadeiras criativas e socializantes de todos os tipos (futebol de rua, peteca, bola de gude, queimada, bandeirada e por aí vai) fazia parte do cotidiano de ‘ser criança’. Nessa época, não havia preocupação dos pais com a violência nas ruas. O futebol, paixão maior da infância, dominava a diversão. Bastava uma pequena bola de plástico para atrair turmas de colegas que transformavam as calçadas em ‘quadras’ para a prática das peladas.” Jean Gregório - Editor de Economia
“Embalada pelas músicas do Balão Mágico, Trem da Alegria, Xuxa, Angélica e Mariane, as apresentações e desfiles de moda em casa e na escola marcaram minha infância. Em tom de brincadeira, pegava carona no “Vou de Táxi” de Angélica e fazia shows imitando-a. Para prestigiar mais uma performance, as amigas pagavam ingresso e curtiam minhas apresentações feitas no terraço de casa, nos moldes dos programas infantis da época, incluindo o “Malhaxão da Xuxa Park”. Silvana Torquato Fernandes - Editora de Mundo/Últimas
“No meu tempo tinha o telejogo, o tataravô do PS3. Não tinha ‘Fifa Soccer’; tinha pelada na rua mesmo. Não tinha essa coisa de e-mail ou Twitter. Comunicação, em tempo real, era feita com duas latinhas de leite vazias e um cordão, ligando uma à outra. Tinha ‘Os Trapalhões’, domingo à noite, na TV, e também ‘O Sítio do Pica-Pau Amarelo’ (com sua primeira formação!) e música de criança levava o nome de ‘A Arca de Noé’. Os desenhos que eu gostava eram ‘O Urso do Cabelo Duro’, ‘Bicudo, o Lobisomem’ e, como qualquer garoto da minha época, ‘He-Man’. Foi uma infância cheia de oxigênio, liberdade e passeios, afinal, nós, crianças do início dos anos 1980, não tínhamos tantos ‘gadgets’ para nos prender em casa!” André Cananéa - Editor do Vida & Arte
“Tive a sorte de crescer num lugar onde a violência só existia na televisão, as brincadeiras eram na rua, banho de chuva era festa coletiva e a bicicleta, o brinquedo mais divertido. Em turma, de meninos e meninas, explorava tudo ao redor. Logo cedo já sabia que o mundo ia muito além daquela serra que costumávamos subir de bicicleta. Queria ver o mundo de fora, queria ser astronauta como os que via no cinema. Na mistura de ficção e realidade, ficou o gosto por desbravar, conhecer, saber, descobrir.” Eliane Cristina - Editora de Concursos/TeVê
“Jogar futebol no campinho de terra perto de casa com amigos era muito bom. Foram nessas brincadeiras que aprendi lições como perder uma partida, ganhar outra e dar a volta por cima. Mas, a lembrança mais evidente da minha infância são as festas do Dia das Crianças, no Recife, pois sempre havia uma grande folia com o palhaço Chocolate, animando a multidão de crianças que participava. O palhaço falava bem alto no microfone para todo mundo escutar no parque: - Quem quer brincar hoje? Eu gritava bem alto: - Eeeeeu! E não dava outra! O palhaço sempre me chamava para as brincadeiras no palco. Era corrida de saco, corrida da colher com ovo, entre muitas brincadeiras naquela grande festa.” Bartolomeu Honorato - Chefe de Reportagem
Passei os primeiros anos da minha vida sem lugar fixo. Meu pai era funcionário do antigo Paraiban, e antes que eu completasse 6 anos, já tinha morado em três cidades - João Pessoa, Campina Grande e Sapé. Nessa última, tenho algumas das melhores recordações da infância, como a primeira escola, Gentil Lins. Eram bons tempos... Não voltam mais, claro.
Como diria Ataulfo Alves: “Eu daria tudo que eu tivesse / Pra voltar aos dias de criança / Eu não sei pra quê que a gente cresce / Se não sai da gente essa lembrança.” Expedito Madruga - Editor de Esportes
“Entre as brincadeiras de rua com a molecada, os passeios de bicicleta Monark e as disputas de pega-varetas e futebol de botão com meus irmãos, uma das maiores diversões da minha vida era brincar de fazer roupinhas com as sobras dos tecidos que mainha costurava, para vestir, maquiar e pentear minhas bonecas. Tudo já pensando em preparar um ‘grande’ desfile de moda e convidar as meninas da escola. Mas, nada me dava mais prazer que ficar na rede com meu pai ouvindo ele cantar ou prestar atenção nas histórias que ele e minha mãe sempre contavam. Fossem verdadeiras ou não, não importava. Ficávamos no terraço, deitados no chão, olhando para as estrelas e sonhando que tudo um dia viraria realidade.” Elizângela Monteiro - Secretária de Redação e colunista de moda
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