VIDA URBANA
Colapso d'água em 17 cidades
Problema também afeta cinco distritos. Do total de municípios sem água, nove têm reservatórios em situação crítica.
Publicado em 31/01/2015 às 6:18 | Atualizado em 27/02/2024 às 17:49
O abastecimento de água está paralisado em 17 municípios e cinco distritos da Paraíba, deixando 195.380 habitantes sem água. Do total de cidades em colapso, nove estão com reservatórios em situação crítica, ou seja, com menos de 5% da capacidade total.
Cidades como Triunfo, Nova Floresta, Pilões, Alagoa Grande e Esperança estão na lista dos municípios com o problema. Além disso, mais 35 cidades e oito distritos já fazem racionamento, e outros 10 estão em alerta.
A situação é mais crítica entre os municípios de Montadas, São João do Rio do Peixe, Carrapateira, Algodão de Jandaíra, Cuité, Serra Redonda, Areial, Riacho de Santo Antônio e Desterro.
Nessas localidades o nível nos açudes está quase zero. Esses municípios estão localizados em boa parte nas regiões do Agreste e Sertão. A cidade de Carrapateira, com população de 2.566 habitantes, no Sertão, é a que está com o pior volume de armazenamento. Ela é abastecida pelo açude Bom Jesus, com capacidade de 343.800 metros cúbicos (m³), porém atualmente está com apenas 182 m³.
Segundo a Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa), a Paraíba possui 51 reservatórios com capacidade armazenada superior a 20% do seu volume total, 37 em observação, e 36 reservatórios em situação crítica. A capacidade máxima total de armazenamento de água do Estado, através das barragens e açudes, é de 3.744.547.815 m³ e o volume atual totaliza 789.927.543 m³. Para se ter uma ideia da escassez de água nos reservatórios, e como o volume vem baixando nos últimos anos, a Bacia Hidrográfica de Jacu, que abastece Cuité, Agreste, está em situação crítica, pois tem capacidade de 12.367.300 m³, mas acumula apenas 219.710 m³.
De acordo com o diretor presidente da Aesa, José Fernandes da Silva, os municípios estarem com 5% do seu abastecimento total significa que no açude ou na barragem o nível da água é quase zero. “Já estamos com barragens como a de São José de Lagoa Tapada com nível zero, a de São Francisco, a de Carrapateira. Realmente é uma situação bastante crítica, pois quando dizemos que existe um colapso é justamente porque nos reservatórios não existe água ou não existe quantidade suficiente para abastecer a cidade, muito menos ser distribuída para as demais”, alertou.
ALAGOA GRANDE
Alagoa Grande, Agreste, que tem 28.689 habitantes, está também entre as cidades sem água e que vêm sendo abastecidas com carro-pipa. Com a falta de chuvas, as barragens de nível Quinze e Serra Grande baixaram a vazão de 60 m³ para 4 m³, o que é considerado insuficiente para abastecimento.
De acordo com o prefeito da cidade, Hildon Régis, Alagoa Grande conta com oito poços artesianos e um chafariz, mas a água não serve para consumo. O açude de Areia abastecia a cidade, porém está com reservatório quase seco. A solução encontrada pela prefeitura foi pegar água em Cuitegi com um carro-pipa, no entanto, por conta da distância, a prefeitura enfrenta dificuldades para a água chegar à cidade. Em maio e novembro do ano passado, a Secretaria Nacional da Defesa Civil reconheceu dois pedidos de situação de emergência de Alagoa Grande, um em maio e outro em novembro, e fez dois pedidos ao Ministério da Integração solicitando recursos para enfrentar a estiagem.
Segundo a assessoria de comunicação da Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), o município assim como os demais entraram em colapso por causa da estiagem, fazendo com que não haja volume de água suficiente para abastecer açudes e realizar a distribuição.
Conforme a Cagepa, para amenizar o problema está sendo construída a Barragem Pitombeira com capacidade de até 2,9 milhões de m³ de água e 120 metros de comprimento. Ela está com previsão para ser entregue esse ano e ajudará a abastecer as cidades de Alagoa Grande e os municípios limítrofes como Juarez Távora, Areia, Mulungú, Serra Redonda, Alagoa Nova, Gurinhém, Matinhas, Serra Redonda e Alagoinha.
Segundo a meteorologista Marle Bandeira, as cidades das regiões do Agreste, Brejo e Litoral tendem a sofrer com a falta de água nesse período. “Só a partir do mês de abril é que teremos maior recarga hídrica das bacias. Já o Cariri e Sertão recebem mais chuvas nos meses que vão de fevereiro a maio”, concluiu.
MUNICÍPIOS EM COLAPSO
Sertão
. São João do Rio do Peixe
. Carrapateira
. Triunfo
. Desterro
. Cacimbas
. Riacho dos Cavalos
Agreste
. Montadas
. Algodão de Jandaíra
. Nova Floresta
. Cuité
. Serra Redonda
. Remígio
. Esperança
. Areial
. Pilões
. Alagoa Grande
Cariri
. Riacho de Santo Antônio
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