Polícia investiga ação de pistoleiros fora da PB

Após a prisão de 15 acusados de integrar grupos responsáveis por 95 assassinatos no Sertão paraibano, durante a operação ‘Laços de Sangue’, a Polícia Civil está apurando a atuação de pistoleiros em mais quatro Estados brasileiros além do Distrito Federal. De acordo com as investigações, existem indícios de crimes praticados pelos grupos em São Paulo, Paraná, Ceará e Rio Grande do Norte.

Os assassinatos fora do Estado por causa das disputas entre famílias paraibanas começaram há 12 anos.

Os investigadores paraibanos estão trocando informações com as polícias dos outros Estados para mapear a atuação do grupo e localizar os foragidos, mas as informações sobre novas operações estão sendo mantidas em sigilo. “As investigações continuam e vamos manter contato em todos os lugares onde houver indícios de atuação”, adiantou Severiano Pedro, delegado-geral da Polícia Civil na Paraíba. A ‘guerra’ envolve membros das famílias Veras, Oliveira e Suassuna.

A última morte atribuída aos pistoleiros paraibanos, fora do Estado, aconteceu no último dia 28 de maio em Pedra Branca, Sertão cearense. Um dos patriarcas de uma das famílias envolvidas, o ex-presidiário Pedro Veras de Sousa, de 64 anos, foi executado a tiros de pistola. De acordo com a polícia, novas mortes estariam sendo planejadas para vingar a execução de Pedro Veras e os alvos seriam integrantes do ‘clã dos Oliveira’. Segundo a polícia, Pedro Veras havia matado Silvino Mesquita, patriarca do ‘clã dos Oliveira’, o que deu início à disputa.

De acordo com o delegado regional de Catolé do Rocha, André Rabelo, há registro de homicídios também no Rio Grande do Norte, Distrito Federal e São Paulo. Já o Estado do Paraná foi usado como rota de fuga para um dos acusados, que acabou sendo preso em 29 de junho deste ano na cidade de Foz do Iguaçu.

Balanço
Durante a operação ‘Laços de Sangue’, deflagrada na madrugada da última terça-feira, foram cumpridos sete mandados de prisão e onze de buscas e apreensão. Além de mais oito prisões em flagrante realizadas no decorrer das buscas.

Racha
Além das brigas entre as três famílias por questões políticas, econômicas e vingança, a polícia identificou divisões internas que estão acirrando as disputas. É o que afirma o coronel Cunha Rolim, comandante do 12° Batalhão da PM em Catolé do Rocha.