VIDA URBANA
Especialista afirma que regurgitar é comum
Regurgitação ocorre porque a válvula entre o esôfago e o estômago do bebê ainda está se desenvolvendo. Por isso, é comum que o leite volte após a mamada ou quando o bebê arrota.
Publicado em 22/01/2012 às 8:00
Após algumas regurgitações comuns nos primeiros meses de vida, muitos pais e mães ansiosos e de primeira viagem já chegam ao consultório médico com o diagnóstico pronto: refluxo gastroesofágico. Alguns já até solicitam o medicamento. Para os pediatras, a realidade não é bem assim. Cerca de 50% dos bebês têm regurgitação comum, que não interfere em seu desenvolvimento e não é realmente um refluxo que mereça o uso de remédios. Para a presidente da Sociedade de Pediatria da Paraíba, Kátia Laureano, apenas o médico pode dar o diagnóstico e o uso de medicação não é indicado para menores de seis meses de idade.
“Para o leigo, realmente não é fácil diferenciar o refluxo de uma regurgitação normal. O pediatra tem que acompanhar, fazer alguns exames e observar como está a criança. Mesmo assim, o diagnóstico não é fácil”, explica Kátia Laureano. “Temos observado nos consultórios um hiperdiagnóstico de refluxo, que não corresponde à realidade”, completa a pediatra.
A regurgitação ocorre porque a válvula entre o esôfago e o estômago do bebê ainda está se desenvolvendo. Por isso, é comum que o leite volte após a mamada ou quando o bebê arrota.
Essa regurgitação acontece também porque nem sempre é possível notar que o bebê mamou em excesso e lotou o estômago.
Segundo os médicos, regurgitar não tem nenhuma consequência para o bebê e não causa desconforto.
Segundo Kátia Laureano, o refluxo é patológico e deve ser visto com cuidado e preocupação pelos pais, quando é acompanhado de vômito, a criança não ganha peso, chora muito e fica irritada, além de causar inflamação no esôfago, a chamada esofagite. “Mas é o pediatra que deve fazer o diagnóstico e prescrever medicamentos. A medicação causa efeitos colaterais, só deve ser usada quando necessária e após os seis meses. Podemos usar alguns remédios para proteger o bebê da esofagite”, explicou a médica.
Às vezes, a volta do leite pode ter outras causas que não a imaturidade da válvula do esôfago. Um processo infeccioso, por exemplo, pode vir acompanhado de vômitos e regurgitações. Nesse caso, há outros sintomas, como febre. Se o bebê usa mamadeira, a regurgitação também pode ser alergia à proteína do leite de vaca, o que faz com que ele devolva o leite em quase todas as mamadas. (Especial para o JP)
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