CULTURA
Economista Zélia Almeida resgata em livro 'anos de ouro' de Areia
Livro “Bem-Estar e Riqueza no Brejo de Areia”, publicado pela Editora Idéia, é lançado nesta quinta-feira (2) na Fundação Casa de José Américo, em João Pessoa.
Publicado em 02/09/2010 às 9:57
Da assessoria
A economista e professora Zélia Almeida lança na noite desta quinta-feira (2) na Fundação Casa de José Américo, em João Pessoa, o quarto livro de sua carreira como escritora: “Bem-Estar e Riqueza no Brejo de Areia” (foto), publicado pela Editora Idéia e que resgata os “anos de ouro” da cidade do Brejo paraibano. O evento acontece a partir das 18h30, com a apresentação do livro pela autora, que diz que a escolha do local para o lançamento não foi aleatório.
“O livro fala de um período de extremo desenvolvimento do município de Areia, que se transformou na cidade mais visitada da Paraíba por brasileiros e estrangeiros e entre os anos de 1940 e 1970 virou uma das principais referências econômicas do Brasil. José Américo de Almeida Filho teve papel fundamental neste cenário e é por isto que ele também será homenageado na noite de autógrafos”, destaca.
Classificando a história como “fascinante e rica”, Zélia Almeida explica que três características de Areia a fizeram se desenvolver: a produtividade em alta dos engenhos, a fundação por feiras alemãs do Colégio Santa Rita e a inauguração da Escola Superior de Agronomia. “As mais tradicionais, ricas e poderosas famílias da Paraíba enviavam seus filhos e filhas para estudar em Areia, que assim conseguiu a façanha de transferir riqueza de João Pessoa e até de outros estados para a sua própria economia”, explicou.
Zélia destaca também que a instalação da Escola de Agronomia na cidade, feita por José Américo, foi um dos pontos principais para a permanência das grandes famílias na região, já que na própria cidade os mais jovens podiam fazer a ponte do ensino médio para o ensino superior.
“Foi uma época de muita sorte para a cidade. Visualizada por José Américo de Almeida, Areia se transformou no cenário propício para o desenvolvimento econômico e para a riqueza. Em resumo, aquela era uma terra promissora para se investir, o que fez uma cidade de interior ganhar notoriedade”, prosseguiu.
De repente transformada no habitat das famílias mais poderosas da Paraíba e com um sistema educacional à altura do público exigente, Areia foi por 30 anos a cidade da elite econômica, que passou a receber cada vez mais visitas ilustres. “Foi um ciclo de investimento cumulativo e multiplicativo, que fez Areia cada vez mais rica. É justamente sobre este período da cidade que eu resgato no livro”, revela.
Ela mesma ex-aluna do Colégio Santa Rita, Zélia Almeida explica que já naquele tempo o colégio oferecia ensino de inglês, francês e alemão e preparava seus estudantes como pouquíssimos outros colégios da Paraíba tinham condições. “Era um complexo educacional quase perfeito, que promoveu uma intensa riqueza intelectual e que impulsionou aquela época de ouro de Areia”.
O livro conta todo o apogeu de Areia até a sua decadência, no início da década de 1970, quando a censura e os tempos rígidos da ditadura militar provocaram a queda na qualidade do sistema de educação da cidade, que acabou decaindo junto. Zélia pondera, contudo, que Areia vem vivendo o início de uma nova era, que será abordado num segundo livro sobre o tema. “Um novo ciclo de investimentos está começando atualmente na cidade, apoiando-se no turismo e em outras fontes de investimento. Um renascimento que tem tudo para prosperar, mas isto será assunto para um próximo livro”, conclui.
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