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COTIDIANO

MP formaliza denúncia contra o promotor Carlos Guilherme

Carlos Guilherme foi acusado de atirar e ferir o cunhado Patrício da Silva, após tentar entrar na casa da vítima para retirar a namorada, Fernanda Silva.

Publicado em 04/08/2009 às 15:22 | Atualizado em 26/08/2021 às 23:38

Da Redação
Com informações do MP-PB

A denúncia foi protocolada na manhã desta terça-feira (4), após procedimento investigatório criminal que constatou a prática dos diversos fatos delituosos pelo promotor Carlos Guilherme Santos Machado. De acordo com o documento, no dia 14 de junho de 2009, o promotor atirou e feriu o cunhado Patrício da Silva, após tentar entrar na casa da vítima para retirar a namorada, Fernanda Silva Batista.

Segundo o Ministério Público da Paraíba o promotor foi denunciado por atirar e provocar lesão corporal de natureza gravíssima contra o pedreiro Patrício da Silva; ameaçar com uma arma de fogo uma criança portadora da Síndrome de Down; posse e guarda de arma de fogo em desacordo com a lei; posse e guarda de grande quantidade de anabolizantes, ferindo a Lei Antidrogas; entre outros motivos constatados durante as investigações.

Além de atirar em Patrício, Carlos Guilherme teria ameaçado a enteada da vítima S.K.P.S., de 10 anos de idade, colocando uma arma de fogo na cabeça dela, para forçar a entrada na residência.

Durante as investigações, foram realizadas diligências de busca e apreensão na residência do Promotor, no Município de Cajazeiras, quando foi apreendida grande quantidade medicamentos (anabolizantes), seringas, “garrote” (espécie de torniquete), armas de fogo, carregadores, munições, placas de veículos (não identificados como de propriedade do investigado – placas frias) e um par de algemas impregnado de sangue humano, conforme laudo pericial.

Segundo texto da denúncia, as caixas de anabolizantes apreendidas foram encaminhados para perícia da Agência de Vigilância do Estado (Agevisa) e ficou constatado tratar-se de substâncias anabolizantes sujeitas a receita de controle especial em duas vias, com retenção de receita e prescrita em quantidade nunca superior a cinco ampolas. Com isso, esse medicamento apreendido estaria em desacordo com a Lei antidroga.

“Todo esse material apreendido, na quantidade e forma como se encontravam na residência do Promotor, em tese, demonstra delito. Um dos fatos escandalosos apurado na investigação, foi que um amigo do Promotor Carlos Guilherme, de nome José Vandeildo, teria sido preso em São José de Piranhas, após dar um tiro com uma pistola calibre 380, no Centro da cidade, que se encontrava sob a guarda do investigado. E o Promotor teria ido à Delegacia e resgatado a arma, se prevalecendo do fato de ser Promotor”, relatou o Procurador-Geral de Justiça em Exercício, José Roseno Neto, que assinou a denúncia.

Outro delito grave, constatado nas investigações, foi que a arma utilizada contra Patrício da Silva é de calibre 40 (de uso restrito das forças armadas). “Apesar do investigado não ter entregue a arma para a comissão de investigação, o exame pericial procedido no projétil extraído cirurgicamente do pé de Patrício comprova que a arma utilizada dever ter sido essa de uso restrito”, observou o José Roseno.

Relembre o caso

De acordo com uma queixa registrada na delegacia local, Carlos Guilherme teria disparado um tiro de revólver e atingido o pé do irmão da namorada após uma briga. As duas partes prestaram depoimento à polícia e se disseram vítimas.

O pedreiro Patrício da Silva, de 30 anos, diz que tentou defender a irmã e uma criança de nove anos que teria tido a arma apontada contra sua cabeça. Já o promotor relata que pegou a arma para se defender do cunhado, que estaria embriagado, e que atirou no chão apenas para adverti-lo.

Uma equipe da Polícia Federal (PF) da delegacia da cidade de Patos, no Sertão do Estado, cumpriu, na última segunda-feira, um mandado de busca e apreensão na residência do promotor Carlos Guilherme Santos Machado, na cidade de Cajazeiras. No local, conforme a polícia, foram apreendidas munições, uma espingarda calibre 12, documentos, um computador e medicamentos.

Imagem

Jornal da Paraíba

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