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CULTURA

Compilação dupla de Assis Valente é lançada

Os fonogramas foram garimpados pelo pesquisador Rodrigo Faour.

Publicado em 22/12/2011 às 8:00


No ano que se vai, dois sambistas ilustres teriam feito 100 anos, se estivessem vivos. Mas enquanto Nelson Cavaquinho (1911-1986) foi extremamente festejado, sendo, inclusive, tema da Mangueira no carnaval, ao baiano Assis Valente (1911-1958) restou poucas lembranças, mas uma delas é uma ótima compilação dupla, que acaba de chegar às lojas.

Assis Valente Não Fez Bobagem – 100 Anos de Alegria (EMI, R$ 29,90) traz 30 canções do sambista na voz de alguns de seus intérpretes mais famosos, como Carmem Miranda e o grupo Bando da Lua. Os fonogramas foram garimpados pelo pesquisador Rodrigo Faour, o mesmo que assinou a antologia Degraus da Vida (EMI) para celebrar o centenário de Nelson Cavaquinho.

Nascido em 19 de março de 1911 em Santo Amaro (BA), Assis Valente é descrito por Faour como um sujeito vaidoso e que melhor expressou o feminino antes de Chico Buarque. “O que fascina na obra de Assis Valente é a alegria contagiante de suas melodias, em sintonia com letras muito bem feitas, sendo, algumas, verdadeiras crônicas de costumes de seu tempo”, registrou o pesquisador no texto que acompanha o estojo, uma edição digipack de luxo, com dois discos na bandeja.

Essa alegria mascarava um José de Assis Valente amargurado e depressivo. Segundo Faour, Valente teve uma vida atribulada, desde a relação com a família que o criou até um conflito sexual mal resolvido, pressionado pela conservadora sociedade da época. Além disso, era um sujeito que adorava esbanjar, e por isso, vivia devendo a Deus, ao mundo, e a mais um bocadinho de gente.

No samba, retratava a alegria de uma gente bronzeada que mostrava seu valor. Na vida pessoal, vivia uma frustração afetiva, seguida de depressões e tentativas de suicídio. A primeira delas, em 1941, pulando do Corcovado (Rio). Dezessete anos e muita tristeza depois, conseguia seu intento ao misturar guaraná com formicida.

A EDIÇÃO
O primeiro CD de Assis Valente Não Fez Bobagem traz as canções do sambista, revisitadas. O segundo, histórico, gravações originais. No primeiro grupo está o maior sucesso de Assis: ‘Brasil Pandeiro’. Imortalizada pelos Novos Baianos no antológico LP Acabou Chorare (1972), registro que abre o CD, a canção foi feita em 1940 para a musa do autor, Carmem Miranda, que acabou não gravando a música, deixando o compositor desgostoso.

Nele também estão as interpretações de Ademilde Fonseca para o clássico ‘Recenseamento’; Marília Pêra cantando ‘Tem francesa no morro’ e o famoso samba ‘Mangueira’ na voz de Aracy de Almeida. Tem também o registro de Doris Monteiro para ‘Boas Festas’, a canção que entraria para o repertório clássico de Natal e que demonstra que nem só de alegrias vivia Valente, como atesta a letra, melancólica: “Já faz tempo que pedi / Mas o meu Papai Noel não vem / Com certeza já morreu / Ou então felicidade / É um brinquedo que não tem”.

Já o CD 2 pesca os fonogramas das interpratações originais, remasterizados a partir de 78rpm e muitos discos dos anos 1930, sobretudo do acervo de Carmem Miranda (‘Tenho raiva do luar’, ‘Isso não se atura’, ‘Deixa comigo’) e Bando da Lua (‘Bis...’, ‘Não quero, não’, ‘Badaladas’, ‘Boa noite’ e ‘Gosto mais do outro lado’) e também Orlando Silva (‘Alegria’) e Carlos Galhardo (‘Sinos da Penha’), entre outros.

Imagem

Jornal da Paraíba

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