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COTIDIANO

Greve na PC causa transtorno a população

Agentes de investigação, escrivães e motoristas se negaram a trabalhar durante todo o dia de ontem e comprometeram os trabalhos em todas as delegacias.

Publicado em 29/10/2011 às 6:30

Quem precisou registrar Boletim de Ocorrência em delegacias da Paraíba ontem, enfrentou dificuldades em virtude da greve deflagrada pela Polícia Civil do Estado. Agentes de investigação, escrivães e motoristas se negaram a trabalhar durante todo o dia de ontem e comprometeram os trabalhos em todas as delegacias.

O aposentado Antônio Nascimento, precisava registrar um Boletim de Ocorrência para que pudesse prosseguir com o tratamento de quimioterapia, pois havia perdido todos os documentos durante um assalto. Morador do Sertão do Estado ele precisava do registro também para que pudesse retornar ainda ontem para sua residência.

Já o motorista José Orlando Domingues se sentiu prejudicado pela greve. “A greve de uma categoria prejudica toda a sociedade. A gente entende que o movimento é necessário, mas eu acredito que pelo menos alguns policiais deveriam exercer as funções consideradas essenciais,” disse o motorista.

Na 1ª Delegacia Distrital, no bairro de Cruz das Armas, com a autorização da delegada Tereza Nogueira, um contador chegou a desempenhar as funções de escrivão para suprir a falta de efetivo.

“Eu me dirigi até a delegacia para fazer o registro de um arrombamento e fui surpreendido com a greve, tentei auxiliar a delegada no registro de um Boletim de Ocorrência porque ela não conseguia entender o funcionamento do sistema,” disse o contador Marcos Freire. O exercício ilegal da função foi flagrado por integrantes da Associação dos Policiais Civis da Paraíba (Aspol) que ameaçaram dar voz de prisão ao contador.

A delegada Tereza Nogueira afirmou que o funcionamento da delegacia vai continuar normalmente apesar dos transtornos causados pela greve. “A greve com certeza prejudica, mas isso não vai impedir que eu trabalhe no atendimento à população,” assegurou a delegada, acrescentando que iria entrar em contato com a Gerência- Executiva de Polícia Civil para receber orientações em relação aos procedimentos que deveriam ser seguidos.

EM CAMPINA
O movimento grevista dos policiais civis em Campina Grande pretende interromper o funcionamento das delegacias nas 32 cidades que compõem a área de cobertura da 2ª Delegacia Regional. Com a paralisação, o registro de ocorrências ficará concentrado apenas na Central de Polícia de Campina, segundo a Aspol. “Vamos manter 30% do efetivo e serão atendidos apenas os registros de ocorrências e flagrantes”, afirmou Júlio César Cruz, vice- presidente da Associação dos Policiais Civis da Paraíba (Aspol).

Apesar do movimento dos agentes, motoristas e escrivães, o delegado-regional Wagner Dorta garante que todos os serviços estão mantidos. “A grande verdade é que a polícia está funcionando normalmente em toda nossa área. No final de semana será mantido o plantão com polos regionais, como sempre é feito”, informou. Nos fins de semana e feriados, o plantão da PC funciona em Campina Grande, Esperança, Soledade e Aroeiras. Segundo Wagner Dorta, o efetivo da 2ª regional é atualmente de 245 policiais civis. Os delegados não integram o movimento.

Imagem

Jornal da Paraíba

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