icon search
icon search
home icon Home > cotidiano > vida urbana
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

VIDA URBANA

Menos da metade dos docentes tem curso superior

Realidade presente nas salas de aula da educação infantil na Paraíba causa prejuízo no aprendizado, diz especialista.

Publicado em 15/08/2014 às 9:00 | Atualizado em 07/03/2024 às 15:58

Menos da metade dos professores da educação infantil na Paraíba tem curso superior. A consequência direta dessa realidade é o prejuízo no aprendizado escolar dos estudantes, conforme a pedagoga e mestre em Educação Daniele Dias. Segundo ela, a falta de qualificação vai refletir diretamente na qualidade do ensino. “É importante destacar que só a graduação não basta, não resolve os problemas. Os professores precisam de uma formação continuada, não podem estagnar”, frisou.

É a busca constante pelo aprendizado por parte dos professores que vai contribuir para uma boa qualidade do ensino oferecido seja na educação infantil, no fundamental, no ensino médio e até nas universidades. Na Paraíba, 46,2% dos professores da educação infantil têm curso superior, mas o restante (que é a maioria) não possui diploma, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

A formação continuada do professor é fundamental também por conta das novas mídias, que exigem uma preparação adequada para usar a internet dentro da sala de aula. Dá aula nos dias de hoje não é a mesma coisa que ministrar aula na década de 80 ou 90, segundo Daniele. “O professor precisa acompanhar esse avanço”, afirmou.

Mas essa busca pelo conhecimento ainda é muito particularizada, conforme a mestre em educação. “Muitos professores têm que trabalhar os três turnos e não têm tempo necessário para a formação. Conciliar a carga de trabalho com a formação nem sempre é tão fácil quanto se pensa”, pontuou. Nesse processo é importante também a participação em cursos e eventos como simpósios e congressos, que permitem a atualização dos profissionais.

A coordenadora pedagógica do Colégio Marista Pio X, em João Pessoa, Silvana Camurça, disse que a falta de formação específica do professor da educação básica pode afetar diretamente no processo ensino-aprendizagem, “até porque cada disciplina precisa de suas especificidades próprias”. Segundo ela, um professor graduado está preparado (ou pelo menos deveria) para repassar o conhecimento específico e conceitual sobre o que ele vai ensinar.

Contudo, segundo a coordenadora, o fato de alguém ter um diploma de curso superior não quer dizer que ele está 'pronto'. “O mundo gira o tempo todo, está sempre em movimento, por isso é preciso que os professores busquem se atualizar com novas didáticas, novos ensinos”, comentou. Ela disse ainda que a universidade tem se expandido pensando na formação específica dos professores da educação básica com o objetivo de sanar esse problema.

“Infelizmente ainda temos um percentual muito grande, que implica em determinados erros que acontecem em sala de aula, devido à não formação específica para determinada área”, frisou. De acordo com Silvana, é comum encontrar professores com uma graduação ministrando aulas de disciplinas de outras áreas, fator que prejudica – e muito – todo o processo de aprendizagem dos alunos.

O professor Antônio Carlos da Paz Rocha, graduado em Geografia e mestre em Geografia Física disse que a formação continuada é fundamental na área da Educação. “Na minha área, por exemplo, estudamos algo que é dinâmico, onde a reciclagem e o aprendizado constante são indispensáveis. E falo não apenas do curso de pós, mas também da intimidade com a leitura”, destacou.

O professor disse que pretende fazer doutorado em breve, mas criticou a falta de incentivo financeiro aos educadores que buscam melhorar o currículo. “Infelizmente há o problema da falta de reconhecimento, que somado à falta de tempo acaba desestimulando o professor que pensa em fazer a formação continuada. A remuneração muda muito pouco”, declarou Antônio Carlos, que tem 11 turmas em apenas uma escola.

A diretora do Lyceu Paraibano, Telma Medeiros, também classificou o diploma como indispensável para o aprendizado nas escolas. Segundo ela, no Lyceu, uma das escolas públicas mais tradicionais da Paraíba, a maioria dos professores são mestres e doutores (ou estão com mestrados e doutorados em andamento). “Isso significa a qualidade do ensino, onde ganha o professor e principalmente o aluno”, disse.

Conforme a diretora, a formação contínua é importante também para que os professores saibam usar as novas tecnologias na sala de aula. “Outro ponto importante é ter professores capacitados para preparar os estudantes para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que é uma prova contextualizada”, frisou.

Já a diretora da Escola Municipal João Coutinho, Odete de Lima Carneiro, afirmou que o professor diplomado está muito mais preparado do que a pessoa que não tem, mas mesmo assim está na sala de aula. “Um professor formado é exemplo para seus alunos, já o contrário acaba sendo desfavorável nesse sentido”, comentou.

O secretário de Educação de João Pessoa, Luiz Sousa Júnior, disse que os casos de professores sem curso superior são pontuais. “Temos alguns casos de professores que começaram a dar aulas em meados da década de 80, que já estão prestes a se aposentar. A Prefeitura fez concurso para que todos os docentes da rede municipal tenham o curso superior de Licenciatura”, afirmou. A Secretaria Estadual de Educação não se posicionou sobre o assunto.

O que doz p Sintep-PB

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação no Estado da Paraíba (Sintep-PB), Carlos Belarmino, disse que o percentual de professores sem diploma é algo que assusta e preocupa. A carência é maior na área de Ciências Exatas (Matemática, Química e Física) e alarmante na zona rural do Estado, segundo Belarmino. Para ele, o que vem favorecendo a diminuição do número de professores leigos são os cursos a distância e os oferecidos aos finais de semana. “Infelizmente na Paraíba falta incentivo para os docentes no que diz respeito à remuneração e ao afastamento da sala de aula para buscar qualificação”, afirmou.

Imagem

Jornal da Paraíba

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp