ESPORTES
Novo presidente do Campinense vai enfrentar dívida de R$ 10 mi
Inconformado com destituição anunciada pelo Conselho Deliberativo do clube, Rômulo Leal detalhou crise financeira. Ele se nega a aceitar demissão por não ter tido direito à defesa.
Publicado em 10/11/2010 às 11:43
Karoline Zilah
O próximo presidente do Campinense Clube poderá encontrar uma dívida de R$ 10 milhões. Foi o que revelou Rômulo Leal, diretor destituído do cargo na terça-feira (9) à noite pelo Conselho Deliberativo da instituição. Em São Paulo, ele conversou por telefone com a produção do programa Globo Esporte, das TVs Cabo Branco e Paraíba, e falou sobre a insatisfação frente à decisão do clube. Ele ainda detalhou a crise financeira pela qual passa o time.
Na semana passada, pela segunda vez no ano, todos os bens do clube foram apreendidos pela Polícia Federal, cumprindo determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
De acordo com o então presidente, são pelo menos R$ 6 milhões em dívidas federais, R$ 2 milhões em questões com a Justiça do Trabalho e cerca de R$ 1,5 milhão em empréstimos feitos pelo clube a investidores de Campina Grande. Inclusive, um destes convênios no valor de R$ 500 mil com o empresário Edson Cândido foi considerado irregular, o que culminou no fim da parceria. No entanto, algumas questões sobre como ficará a situação do Campinense e como as dívidas serão pagas permanecem sem respostas.
A reunião dos integrantes do Conselho Deliberativo do Campinense aconteceu durante quase duas horas a portas fechadas, sob protestos dos torcedores. Além da destituição de Rômulo Leal, que foi comemorada pelos torcedores, foi anunciada a renúncia de dois membros da diretoria.
O presidente em exercício Ademilson Dari informou que convocou uma assembleia para a próxima terça-feira (16), às 19h, para referendar o resultado do encontro e marcar a data das próximas eleições no clube.
Afastado para resolver questões pessoais no Sudeste, Rômulo disse que recebeu a notícia da destituição com surpresa. Ele se recusa a aceitar a atitude do clube por considerá-la inconstitucional. Na entrevista, o então presidente disse que não teve direito à ampla defesa e que não foi notificado formalmente para participar da reunião de ontem que culminou em sua demissão.
“Não há o que se falar em destituição. O que o Conselho Deliberativo fez ontem foi um ato inconstitucional, pois não respeita os conceitos de ampla defesa. Há uma ilegalidade neste ato do Conselho, mais um dentre tantos, o que mostra o total desconhecimento do estatuto do clube”, explicou com indignação. “Quando for notificado pelo Conselho, farei um pronunciamento”, disse Rômulo Leal.
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