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VIDA URBANA

Família de vítimas em chacina na Espanha pede pena máxima para Patrick Gouveia

Eles também pedem uma indenização no valor de 1,5 milhão de Euros ao governo espanhol.

Publicado em 26/01/2017 às 14:41

A família de Marcos Campos Nogueira, uma das vítimas mortas na chacina de Pioz em agosto de 2016, entrou com ação na Justiça espanhola na quarta-feira (25) requerendo a aplicação da pena máxima para François Patrick Gouveia. Na Espanha, a pena máxima para crimes de homicídio é prisão de 25 a 35 anos, com possibilidade de renovação pela Justiça.
"O que estamos buscando é a prisão de Patrick por até 35 anos", explicou Walfran Campos, irmão de Marcos e um dos requerentes. "Após esse período, ele passa por uma bateria de exames para averiguarem se ele está pronto para retornar à sociedade. Se não estiver, ele permanece preso", disse.
Segundo Walfran, a família não vai se contentar com uma pena menor. "Parece que o advogado de Patrick vai querer livrá-lo da prisão permanente, mas estamos trabalhando para que ele seja condenado de maneira exemplar. Ninguém consegue perdoar o que ele fez, ainda estão todos muito revoltados”, analisou o tio do suspeito e irmão de uma das vítimas.
O representante da família Campos Nogueira acredita que o julgamento de Patrick Nogueira deva acontecer ainda neste ano. Walfran Campos explicou que ele deve ser uma das principais testemunhas no julgamento, tendo em vista que foi um dos familiares que incentivou a ida de Patrick para a Europa em busca do sonho de ser jogador de futebol e fez a ponte entre o sobrinho e o irmão, Marcos Nogueira.
Indenização

Além do pedido de pena máxima, a família de Marcos entrou com um pedido de indenização contra o governo espanhol no valor de 1,5 milhão de Euros. Conforme Walfran, o pedido é para reparar os gastos com todo o processo de acompanhamento da família durante o desenrolar do caso e pelo fato de o poder público espanhol não ter garantido a segurança do irmão e da família.

“O advogado, que é quem entende melhor do que nós sobre a questão, entrou com um pedido de 300 mil euros por cada um dos cinco parentes como uma forma de reparar todo o problema e toda dor que passamos”, comentou ele.

Embora seja irmã de Marcos, a mãe de Patrick Gouveia, assassino confesso da chacina dos quatro parentes, não entrou no pedido. Além dos custos com a cremação dos corpos e envio das urnas com as cinzas para o Brasil, a família Campos Nogueira enviou parentes para Espanha durante a apuração do caso pela polícia espanhola e mantém um advogado na Europa somente para acompanhar o processo.
“Queremos apenas reparar aquilo que perdemos com essa tragédia. O governo tem obrigação de proteger seus cidadãos e não protegeu minha família. Marcos era um trabalhador, contribuía com a seguridade, pagava seus impostos. Davi era cidadão espanhol”, lamentou Walfran.
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Jornal da Paraíba

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