Polícia ocupa bairro dominado por tráfico em Campina Grande

Mais de 300 policiais participaram de uma operação realizada na manhã de ontem, em Campina Grande, com objetivo de combater a criminalidade no bairro do Mutirão. Os acessos à região foram fechados e toda a comunidade mapeada para formulação de um banco de dados que a polícia pretende usar no combate à marginalidade em uma localidade que estava sendo considerada à margem da lei.

Quatro pessoas foram presas na operação batizada de ‘Phoenix’: Rodolfo Pinheiro Lourenço, 20 anos, por posse de drogas; Luiz Vieira, 49 anos, e Aristides Miguel da Silva, 89 anos, ambos por porte de arma; e o albergado Germano Júnior Freire da Silva, 35 anos, acusado de homicídio através de mandado de prisão por quebra do albergue.

De acordo com a 2ª Delegacia Regional da Polícia Civil, desde uma apreensão de 50kg de maconha, além de crack e armas, no bairro do Mutirão, em outubro de 2011, foram registrados oito homicídios naquela área. A polícia acredita que todos tenham envolvimento com represálias à atividade policial.

Segundo o delegado regional André Rabelo, policiais estavam sendo proibidos de entrar na comunidade, com viaturas alvejadas a tiros quando se aproximavam do acesso ao bairro.

Adolescentes seriam utilizados como olheiros e ‘aviões’ do tráfico, avisando da chegada de policiais. “Nossa cultura é de correr atrás. Se demorasse mais seis meses ou um ano, a comunidade iria ficar sem ninguém poder entrar”, disse.

De acordo com o tenente-coronel Souza Neto do 2º Batalhão da Polícia Militar, a área tinha toque de recolher, proibição da passagem de ônibus e outros veículos, além do tráfico de entorpecentes e circulação de armas de fogo. “Nos reunimos e estabelecemos diretrizes de um plano integrado com a Polícia Civil, com objetivo de pacificar a comunidade, que era um pedido dos próprios moradores. A população está vindo aqui nos agradecer a todo momento”, afirmou.

O delegado de Vigilância Geral, Iasley Lopes, informou ainda que todas as ruas do bairro foram mapeadas e serão parte de um banco de dados integrado das polícias Civil e Militar de Campina Grande. “Fizemos um mapeamento geral de todo o bairro do Mutirão, envolvendo locais, ruas, pessoas, alvos e possíveis quadrilhas que atuam na área”, explicou.

PLANO
O plano de combate à criminalidade no bairro do Mutirão foi iniciado há 30 dias em trabalho integrado das polícias Civil e Militar. Para entrar no bairro, os policiais se reuniram por volta da meia-noite, entraram em campo às 3h de ontem e iniciaram as buscas às 4h.