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CULTURA

Voando nas asas da arara

Cantora Carioca, Júlia Vargas, irá regravar três músicas da paraibana Cátia de França, em seu primeiro trabalho.

Publicado em 06/03/2012 às 6:30


A música de Cátia de França conquistou uma jovem cantora carioca de Cabo Frio. Júlia Vargas, aos 22 anos, se prepara para lançar o primeiro disco de sua carreira regravando nada menos que três canções da cantora paraibana: ‘Coito das araras’, '20 palavras girando ao redor do sol' e a rara 'Geração'.

Júlia conheceu Cátia através do músico Rodrigo Garcia, do grupo Nó Cego, que há algum tempo acolheu a cantora paraibana em Nova Friburgo (RJ). Em pouco tempo, Júlia Vargas passou a alternar um dos vocais do Nó Cego - no qual ingressou em junho de 2011 - e a carreira solo, produzida por Rodrigo.

“De cara, fiquei muito impressionada com a força da interpretação dela. E ainda nem a havia visto cantando”, comenta Júlia, por telefone, acrescentando que acabou conhecendo Cátia pessoalmente por intermédio de Rodrigo. “E as poesias das músicas são muito fortes. Me remetem ao que eu penso que seja o Nordeste”, acrescenta a cantora, filha de uma família de músicos (seu avô, o trompetista Maurílio Santos, foi integrante da Orquestra Tabajara).

Nas asas das araras de Cátia de França, Júlia chegou a Ivan Lins. Encantado com a interpretação da moça para a canção paraibana, o cantor e compositor carioca acabou por lhe presentear com uma canção inédita, ‘Cabelos molhados’ (e inda tocou piano na gravação), e uma parceria dele com Lenine, ‘Se acontecer’.

O repertório contempla dez músicas, todas com a produção musical de Rodrigo Garcia. Além das três de Cátia e das duas de Ivan Lins, Júlia Vargas gravou duas canções de Claos Mózi, uma de Edu da Matta, regravou 'Troca toca' (Rita Lee) e 'Desabafo', da nossa Cecéu, famosa na voz de Marinês (1935-2007).

“Eu sempre tive uma paixão muito grande pelo Nordeste”, comenta Júlia. “‘Desabafo’ foi a música que eu apresentei no teste para o Nó Cego. Conheci através de uma amiga, quando eu pensava em montar uma banda de forró. Já conhecia Gonzagão, Jackson do Pandeira, mas ainda não conhecia Marinês. Foi um verdadeiro achado e se tornou uma música importante na minha vida”.

O disco - nome ainda não divulgado - está sendo masterizado no Rio. Há rumores de que a Som Livre esteja interessada em lançá-lo.

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Jornal da Paraíba

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