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CULTURA

Lobão comenta rivalidade com Herbert Vianna em biografia

Pivô do maior ódio que o roqueiro já sentiu na sua vida, Herbert Vianna foi acusado de plágio desde a Gênese da carreira de ambos, no começo dos anos 1980.

Publicado em 06/03/2011 às 10:20

De Audaci Junior do Jornal da Paraíba

Entre os relatos que não aparecem na autobiografia de Lobão, 50 Anos a Mil, uma envolve o paraibano Zé Ramalho, no final dos anos 1970. “Ele estourava com ‘Avôhai’ e estava fazendo sua última apresentação, em um domingo, em Ipanema”, recorda.

“O produtor Carlinhos Sion veio me perguntando se sabia tocar zabumba. O que aconteceu foi que o zabumbeiro, Bezerra da Silva, sacou um revólver na testa dele, descontente porque não recebeu o dinheiro, e foi embora na hora do show.”

O que se aproximava de uma zabumba no estúdio de Lobão era um treme-terra. Não deu outra: subiu ao palco, cumprimentou pela primeira vez Zé Ramalho e improvisou em cima da harmonia de “Avôhai” e outros sucessos do cantor.

Outro paraibano não ficou de fora das páginas da autobiografia. Pivô do maior ódio que o roqueiro já sentiu na sua vida, Herbert Vianna foi acusado de plágio desde a Gênese da carreira de ambos, no começo dos anos 1980, quando Os Paralamas do Sucesso lançou o disco Cinema Mudo, cópia, segundo Lobão, do seu Cena de Cinema.

Não parou por aí. O músico carioca afirma que até o jeito de cantar foi mudado para fugir de Herbert. “Muitos questionaram minha voz de criança em ‘Ronaldo foi pra guerra’, mas, na verdade, eu alterei a rotação na gravação”, exemplifica.

Na lista tem o plágio conceitual de “Me chama” em “Me liga”, também dos Paralamas do Sucesso, e “Alagados”, hit do disco Selvagem, que Lobão atribui à sua música “Revanche”, que tinha o verso “a favela é a nova senzala”. “Não sou o dono da verdade, mas tudo foi muito sistemático,” analisa.

O músico e escritor admira o paraibano pela história de superação após o acidente que o deixou paraplégico, em 2001. “Quando ele saiu do coma, a primeira música que cantou foi ‘Me chama’”, lembra Lobão.

Como em uma música, o carioca diz que encontrou o tom certo para todos os episódios envolvendo o líder do Paralamas, mesmo revelando que deixou 89% de fora. “O livro não é para isso!”

Resumo da ópera do Lobão: o incidente durou 20 anos de sua vida, mas atualmente se sente um músico melhor por isso. Prova disso é seu visível bom humor quando fala sobre o ocorrido.

Lobão, o filme

Recentemente, o produtor Rodrigo Teixeira, da Ipanema Entertainment, adquiriu os direitos do livro para uma versão cinematográfica. Lobão vai participar ativamente da produção por trás das câmeras, desde a seleção do elenco até a consultoria para a direção de atores.

Quem faria o papel do protagonista nas telonas? O próprio não revela nem suas preferências, mas serão três atores para viver a linha temporal do livro. “Se for escalar alguém pra interpretar meu pai, tinha que ser o Tarcísio Meira, cara. É impressionante o quanto meu pai se parecia com ele”, confessa, taxando apenas que diretores e elenco serão “top de linha internacional.”

Apesar de terem passado a borracha nele e em Ney Matogrosso na cinebiografia Cazuza - O Tempo Não Para (2004), de Sandra Werneck e o paraibano Walter Carvalho, Lobão não descarta o Daniel de Oliveira como o ‘seu’ Cazuza, mas com outras características, como seu jeito de falar. “Uma vez encontrei com ele no baixo Leblon e ficamos falando por horas.”

Segundo Lobão, muitos pensam, devido à ‘versão romanceada’ do longa, que “Vida Louca Vida” é de autoria do amigo, que deixou a cena em 1990.

Intencionalmente, a narração de 50 Anos a Mil já é cinematográfica. Ela começa no cemitério do Caju, no Rio, com ele e Cazuza, chapados, velando o corpo do amigo Júlio Barroso, em 1984.

Ao final da entrevista, só se percebe a tumultuada e alucinada trajetória desse senhor de muito bom humor pelos seus relatos presentes no livro. Parece que João Luiz Woerdenbag Filho fez as pazes com a vida há um bom tempo.

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Jornal da Paraíba

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