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VIDA URBANA

Câncer de próstata tem 100 novos casos ao ano

Falta de atenção com a saúde, a desinformação e o preconceito são as principais causas para o aumento do número.

Publicado em 16/09/2012 às 11:40


A falta de atenção com a saúde, a desinformação e o preconceito são as principais causas para o aumento do número de homens que moram em Campina Grande e sofrem com câncer de próstata.

Acompanhando a média nacional indicada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), a cidade, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, tem cerca de 100 novos casos diagnosticados por ano, o que é considerado alarmante pelos médicos que colocam a doença como a segunda em incidência no gênero, atrás apenas do câncer de pele. O Inca estima que a cada 100 mil homens, a taxa de mortalidade por câncer de próstata é de 13,96%.

De acordo com Júlia Rodrigues, coordenadora do Programa de Saúde do Homem em Campina Grande, a cidade tem pouco mais 100 mil homens com faixa etária de 25 a 59 anos, o que indica que o número de novos casos a cada ano tem chamado a atenção. Quando o assunto são as mortes que já foram registradas em 2012, esses números também preocupam. De acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde, até o final do mês de agosto, já perderam a vida 21 homens com mais de 40 anos e que sofriam da doença, o que indica mais de duas mortes por mês.

Segundo Rogério de Assis, diretor do setor de Radioterapia do Hospital da Fundação Assistencial da Paraíba (FAP), são tratados no local cerca de 10 pacientes de câncer de próstata dos 75 atendidos por dia. “A incidência desse tipo de câncer é altíssima.

A fila de espera na Radioterapia é de cerca de 60 pacientes, já que temos tido condições de detectar a doença em sua fase inicial. Mas, mesmo assim, muitos homens ainda não estão preocupados com sua saúde, principalmente no que diz respeito ao exame de toque retal”, disse Rogério de Assis.

Em Campina Grande, apenas a FAP realiza cirurgias dos pacientes com câncer de próstata. Mesmo assim são feitos em média apenas dois procedimentos por mês. Diego Gadelha, da direção da FAP, explicou que o baixo número de cirurgias realizadas é devido ao preço da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS), que não contribui para que esses procedimentos sejam realizados com mais frequência. “Uma cirurgia para a retirada da próstata dura entre três e quatro horas e o SUS paga apenas R$ 170 ao profissional médico. Todas as outras despesas acabam ficando sob responsabilidade do hospital, o que torna muitas vezes inviável a sua realização”, contou.

No Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC), o setor de oncologia atende apenas os casos benignos da doença, que podem ser tratados com cirurgias ou medicamentos. Os casos malignos e mais complexos são direcionados para a FAP, que tem o credencial para dar esse tipo de assistência.

Segundo a diretora administrativa do HUAC, Socorro Campos, o centro cirúrgico passou por uma reforma que durou quase um ano, mas que foi concluída no fim de junho, quando voltou a realizar cirurgias, exceto estes casos.

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Jornal da Paraíba

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