CULTURA
A cultura consanguínea
Membros da família Lira, protagonistas do movimento cultural no estado, recebem título de cidadão pessoense nesta quinta-feira (31).
Publicado em 31/05/2012 às 6:30
Nesta quinta-feira, a Câmera Municipal de João Pessoa concede o título de 'Cidadão Pessoense' aos membros da família Lira: Buda, Bertrand, Soia e Nanego, protagonistas do movimento cultural do Estado.
A solenidade acontecerá a partir das 18h, no Casarão 34 (Praça Dom Adauto, 34, Centro), junto com a entrega da Comenda Cultural Ariano Suassuna ao Centro Cultural Piollin, pelos serviços prestados à cultura, educação e à sociedade.
“Sinto-me cidadão da capital desde meus 14 anos”, revela Bertrand Lira, que veio com a família de Cajazeiras para João Pessoa no começo dos anos 1970. “No Altiplano, bairro onde todos nós já moramos, era chamado de 'Lirolândia' pelos amigos”, brinca.
Bertrand começou cantando em corais, mas foi na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) que trocou a cadeira de dentista pela câmera fotográfica e a super-8. Na área audiovisual, sua primeira incursão no movimento superoitista paraibano foi em 1980 com Beba Coca, Babe Cola, ao lado do cineasta Torquato Joel.Entre seus trabalhos como documentarista, destaca-se o premiado curta Bom Dia, Maria de Nazaré (2003). Atualmente está finalizando sua primeira ficção, A Poeira dos Pequenos Segredos, onde dirigiu seu irmão caçula, Nanego.
“É sempre bem-vindo ser homenageada em vida e compartilhar com toda a classe artística”, conta Soia, atriz que integrou obras como a premiada peça Vau da Sarapalha (1992) e filmes como Central do Brasil (1998) e O Quinze (2004). “O que acho mais importante é ter contribuído para a cultura sem precisar sair daqui”, frisa.
Além de trabalhos como o longa Tatuagem, de Hilton lacerda, atriz está se preparando para sua primeira experiência atrás das câmeras, como diretora. "Estou estudando um conto de Ronaldo Correia de Brito."
PIOLLIN
Fundado há 35 anos, o Centro Cultural Piollin, localizado no Roger, é um referencial para a formação da dramaturgia e de serviços sociais, tendo à frente a escola e o grupo teatral de mesmo nome. Além dos Lira, nomes como Everaldo Pontes e Luiz Carlos Vasconcelos fazem parte do projeto.
O centro é uma organização não-governamental que desenvolve ações educativas no campo da arte e cultura voltadas para crianças, adolescentes e jovens. "A tendência é servir de referência e se multiplicar", define Buda, o mais velho dos Lira, que tem papel fundamental no Carnaval de rua de João Pessoa através do bloco Cafuçu, uma ode ao brega.
Nanego recebe o título com uma boa estranheza, já que julga ser consequência o reconhecimento.
"Minha história, de Buda e de Soia se confundem com a da Piollin, que é a nossa casa", atesta Nanego. "Somos todos enraizados aqui."
Entre as novidades, Nanego informa que possivelmente o espetáculo Retábulo terá uma re-estreia em agosto, já que a peça foi convidada para o Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas promovido pelo Sesc de São Paulo, evento que acontecerá no mês de setembro.
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