icon search
icon search
home icon Home > política
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

POLÍTICA

De olho na prefeitura de CG, Adriano Galdino tem fama de forasteiro

Ele é um dos homens de confiança do governador Ricardo Coutinho e, com esse apoio, tenta vencer a desconfiança dos moradores de CG

Publicado em 01/11/2015 às 8:00

O jeito meio desengonçado do deputado estadual Adriano Galdino (PSB) pode enganar quem não conhece duas virtudes intrínsecas a ele: jogo de cintura para se livrar de situações embaraçosas e capacidade de articulação. Os dois fatores, combinados, fizeram ele chegar ao comando da Assembleia Legislativa, superando o até então imbatível Ricardo Marcelo (sem partido), que tentava a reeleição. E é com esses ingredientes que ele agora quer ser prefeito de Campina Grande.

Natural de Pocinhos, distante 158 quilômetros da capital, Galdino costuma dizer que decidiu entrar para a vida pública ainda criança. Sonhava em governar o Estado e, diz ele, promover mudanças em sua cidade natal. Atualmente com 55 anos, é um dos homens de confiança do governador Ricardo Coutinho e, com esse apoio, tenta vencer a desconfiança dos moradores de Campina Grande. Muitos, nas ruas, ainda falam dele como forasteiro.

No dia 28 de setembro, Galdino deu o primeiro passo para concretizar sua candidatura a prefeito: transferiu o domicílio eleitoral de Pocinhos para a Rainha da Borborema. No discurso, prometeu “devolver a cidade ao caminho do progresso e do desenvolvimento”. Na ocasião, Coutinho ressaltou os laços que o parlamentar possui há décadas com a cidade. “O presidente Adriano Galdino, hoje, apenas fez um ato formal, pois ele já é de Campina Grande”.

Galdino se prepara para enfrentar o prefeito Romero Rodrigues (PSDB), que tentará a reeleição. Mas o maior opositor à sua candidatura, no entanto, está dentro do próprio partido – o grupo liderado pelo chefe de Gabinete do governador e presidente municipal do PSB, Fábio Maia. Ele defende que os socialistas apoiem a postulação do deputado federal Veneziano Vital do Rêgo (PMDB) à prefeitura tendo alguém do PSB na condição de vice.

“A tendência é ser Veneziano o candidato a prefeito da oposição e o PSB indicará o vice para a chapa, que posso me adiantar: ou será Adriano Galdino ou eu”, assinalou Fábio Maia. A tese é reforçada pelo vereador Anderson Maia (PSB): “A gente continua com o seguimento que é a união das oposições em Campina Grande. A gente deve apoiar a candidatura do deputado federal Veneziano Vital do Rêgo a prefeito, indicando a vice, mas isso no próximo ano”.

Neófito no PSB, depois de passagens por PMDB e PSDB, de carona do poder de momento das siglas, Galdino ainda enfrenta resistência na ala mais tradicional do partido em Campina Grande. Ele chegou a se queixar a Ricardo Coutinho há alguns meses que não conseguia a nomeação de ninguém para os quadros do governo na cidade. O "trem da alegria", como foi tratado em reserva por aliados, foi freado por Fábio Maia, seu virtual adversário.

Uma situação que fez Galdino recorrer ao velho jogo de cintura para superar. O mesmo que constantemente usa na Assembleia Legislativa para circular bem entre governistas e oposição. Para isso, procurou não mexer com a estrutura de nomeações de ninguém na Casa. Punição aos colegas gazeteiros também é uma palavra não encontrada no dicionário do presidente da Assembleia Legislativa. Não há, acreditem, uma única falta para ninguém neste ano.

Adriano Galdino começou a vida pública em 1988, ano da Assembleia Nacional Constituinte, pelo primeiro degrau: a Câmara Municipal de Pocinhos. Na eleição seguinte, disputou e venceu a eleição para a prefeitura. Como a Constituição não permitia a reeleição, no processo eleitoral seguinte, Galdino não disputou qualquer cargo, porém, no ano 2000 foi eleito para o seu segundo mandato como prefeito. Nas eleições de 2004, deixou o PMDB para se filiar ao PSDB e, com o apoio do grupo Cunha Lima, garantiu um terceiro mandato.

Em 2010, Galdino trocou o PSDB pelo PSB e disputou pela primeira vez uma vaga na Assembleia Legislativa. Foi eleito com mais de 29 mil votos, mas passou pouco tempo no Parlamento. No mesmo mês em que assumiu seu mandato na Assembleia, protocolou licença para ocupar o cargo de secretário de Estado da Interiorização do Governo, depois ele assumiu a Chefia do Governo e só retornou ao Legislativo em abril de 2014, para disputar a reeleição.

Nas eleições de 2014 renovou seu mandato na Assembleia Legislativa. Muito mais por meio dos bastidores que dos holofotes. Galdino se articulou em silêncio e garantiu os votos necessários para ser eleito presidente da Assembleia Legislativa para o biênio 2015-2016 em acordo feito com deputados da base governista e inclusive oposicionista. Da vida pública, vêm os processos. Só no Tribunal de Justiça há 38 contra ele, a maioria por improbidade.

Na disputa pela prefeitura de Campina Grande, aos poucos, Galdino vem se apresentando como opção para a cabeça de chapa. A tese tem ganhado força por causa da resolução nacional do partido, que determinou a disputa em todas as capitais e cidades estratégicas. E os aliados do presidente da Assembleia Legislativa acreditam que, nessas condições, Galdino tem mais peso que Maia para encabeçar uma chapa.

Da tropa de choque do prefeito Romero Rodrigues (PSDB) na Câmara Municipal, o vereador João Dantas (PSD) diz que Adriano Galdino teve militância política no município de Pocinhos, onde foi reeleito prefeito em 2010 com o apoio do grupo Cunha Lima na cidade. “Se naquele ano, eu e Tovar Correia Lima tivéssemos mantido as candidaturas a deputado estadual, certamente Adriano não teria sido eleito”, lembra Dantas. Em 2010, Galdino obteve 9.575 votos em Campina.

“Adriano mudou o domicílio agora para Campina Grande e tem o direito legítimo de querer ser a terceira via. Resta saber se terá capital de voto para as eleições do próximo ano. Vai enfrentar o prefeito Romero que foi vereador, deputado estadual e federal, sempre trabalhou por Campina e conhece todos os bairros”, comentou João Dantas.

Este ano, Galdino assumiu interinamente o governo e em sua primeira missão no cargo, tratou de vistoriar obras em Campina Grande para se aproximar dos possíveis futuros eleitores. Investido no cargo de governador, Galdino foi recebido com festa e carreata em sua cidade e chegou a se emocionar em solenidade no Palácio da Redenção.

Imagem

Jornal da Paraíba

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp