POLÍTICA
Destino de Carlos Lupi está nas mãos da presidente
Presidente Dilma Rousseff ironizou ontem, em Caracas, a declaração de amor feita a ela pelo ministro do Trabalho
Publicado em 03/12/2011 às 8:00
A presidente Dilma Rousseff ironizou ontem, em Caracas, a declaração de amor feita a ela pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), no mês passado e disse que fará uma análise "objetiva" para decidir, a partir de segunda-feira, se ele permanece na pasta.
Questionada se o "Dilma, eu te amo" lançado por Lupi durante sessão da Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara no dia 10 havia influenciado a decisão da mandatária de mantê-lo no cargo até agora, apesar do parecer contrário da Comissão de Ética da Presidência, ela respondeu:
"Eu tenho 63 anos de idade, uma filha com 34 anos, um neto de um ano e dois meses. Eu não sou propriamente uma adolescente e eu diria também [que não sou propriamente] uma romântica. Acho que a vida ensina a gente. Acho que a gente tem de respeitar as pessoas, mas eu faço análises muito objetivas".
"Qualquer situação referente ao Brasil vocês podem ter certeza que eu resolvo a partir de segunda-feira", continuou. Na quinta-feira, antes de embarcar rumo à Venezuela, Dilma disse a Lupi que a única chance de ele permanecer no cargo até a reforma ministerial era fornecer explicações "convincentes" sobre o fato de ter ocupado, simultaneamente, dois cargos públicos por quase cinco anos. O acúmulo ilegal, na Câmara dos Deputados em Brasília e na Câmara Municipal do Rio, foi revelado pela Folha na quarta-feira e resgatou no governo a disposição de vê-lo fora da Esplanada.
RELATORA
Apesar de o relatório da Comissão de Ética sobre o ministro Carlos Lupi ter desagradado a presidente Dilma Rousseff, a autora do documento, Marília Muricy, reafirmou sua posição "palavra por palavra, vírgula por vírgula, ponto e vírgula por ponto e vírgula". No relatório, ela apontou "inequívoca falta de zelo na conduta do denunciado" e "certa dose de arrogância" do ministro ao lidar com as acusações em sua pasta.
A relatora afirmou ainda que o documento não foi um "desafio" à presidente. "Em primeiro lugar, a presidenta não está subordinada à Comissão de Ética. Ao contrário, a Comissão de Ética é criada por um decreto presidencial, os membros são nomeados pela presidenta da República e a Comissão de Ética assessora a Presidência", disse. (Com informações da Folhapress)
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