CULTURA
Um galã à francesa
Ator francês Jean-Paul Belmondo, astro do filme Acossado, completa 80 anos nesta terça-feira (9).
Publicado em 09/04/2013 às 6:00
Depois do italiano Rodolfo Valentino (1895-1926), o francês Jean-Paul Belmondo – que completa 80 anos nesta terça-feira – foi um dos maiores símbolos sexuais do cinema europeu de sua época.
Acompanhado da fama de galã, seu rosto também moldou o movimento da Nouvelle Vague com o seu maior sucesso: Acossado (1960), de Jean-Luc Godard, onde o ator viveu um criminoso que seduz uma bela e ingênua norte-americana (vivida por Jean Seberg).
Belmondo ficou impressionado quando o filme foi bem recebido pela crítica e público. Após o término das filmagens, o ator francês achou Acossado tão ruim que achou que o longa-metragem nunca deveria ser lançado. Mas isso não o impediu de estar no elenco da primeira produção colorida de Godard, Uma Mulher é uma Mulher (1961).
Com O Homem do Rio (1964), Belmondo trocou os filmes de arte pelas películas de apelo mais comercial, edificando sua marca registrada de personagens com traços bem-humorados contornados de cinismo.
Neste filme dirigido por Philippe de Broca (1933-2004), cineasta do clássico Os Incompreendidos, o ator foi enquadrado em cenários como os batidos cartões-postais da ‘Cidade Maravilhosa’, Amazônia e uma recém-fundada Brasília.
Indicado ao Oscar de Roteiro Original, O Homem do Rio serviu de inspiração para Steven Spielberg na concepção da sua aventura Os Caçadores da Arca Perdida (1981).
Voltou a atuar sob direção de Godard com O Demônio das Onze Horas (1964), um filme criticado na época por representar uma “anarquia intelectual e moral”, rendendo ao ator uma indicação ao Bafta.
No final dos anos 1960, fez par romântico com a musa Catherine Deneuve em A Sereia do Mississipi, de François Truffaut (1932-1984), com roteiro adaptado de uma obra do norte-americano Cornell Woolrich (1903-1968), o mesmo autor que Hitchcock se baseou para Janela Indiscreta (1954).
UM DOS MAIORES
Nos anos 1970, o fenômeno Jean-Paul Belmondo era tão grande que bastava apenas seu nome figurar em um cartaz para ter bilheteria certa nos cinemas franceses. Dedicou-se ao universo dramatúrgico dos palcos na década de 1980, aparecendo esporadicamente em produções cinematográficas.
Chegou a ganhar o César, o ‘Oscar francês’, por sua participação em Itinerário de um Aventureiro (1988), mas recusou o prêmio porque o escultor que criou a estatueta já havia falado mal do trabalho de seu pai, o artista plástico Paul Belmondo (1898-1982).
O ator sofreu um derrame em 2001 e se aposentou, mas ainda fez uma ponta no filme Um Homem e Seu Cão (2008).
Na 64ª edição do Festival de Cinema de Cannes, em 2011, foi homenageado como “um dos maiores atores franceses de todos os tempos”, exibindo o documentário intitulado Belmondo, Trajetória?.
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