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ECONOMIA

Semana Santa: peixe chega 'salgado' na mesa do paraibano

Quilo do peixe de água salgada (R$ 30) é mais caro que carne bovina (R$ 25) - e rende menos; é ainda quatro vezes o valor do frango (R$ 7). 

Publicado em 22/03/2015 às 15:10 | Atualizado em 16/02/2024 às 13:05

Com a chegada da Semana Santa, o peixe se torna o alimento mais procurado dos paraibanos, mas ao mesmo tempo o mais caro devido à baixa produção. Um hábito alimentar que poderia ser mais comum na mesa só não é constante por causa do alto custo. O quilo do produto de água salgada (R$ 30) é mais caro que a carne bovina (R$ 25) -- e ainda rende menos --, e chega a ser quatro vezes o valor do quilo frango (R$ 7). Apesar do potencial para aquicultura e pesca na Paraíba, o produto ainda é explorado de forma artesanal, incipiente e sem grandes incentivos no custeio da produção por parte dos gestores públicos.

Essa tríade perpetua a onerosidade do pescado e faz com que o consumo contínuo deste alimento mais saudável se torne ainda privilégio de poucos consumidores no Estado. A produção paraibana fica aquém do volume dos demais Estados do Nordeste e a pouca oferta também encarece o produto paraibano.

Estatística MPA

O último levantamento estatístico do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) do ano de 2011 mostra que a Paraíba ficou na sétima posição na produção de pescado na região Nordeste (19.032 toneladas) naquele ano. O Estado só ganha para Alagoas (17.636 toneladas), e Sergipe (11.679,7 toneladas).

Segundo explicou o patrão de pesca de alto-mar (PPA) e coordenador do Ensino Profissional Marítimo do Campus Avançado Cabedelo Centro do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), Onaldo Montenegro Júnior, a grande maioria da produção é feita de forma artesanal, com pescadores pouco capacitados, que não contam com subsídio público no combustível, usam embarcações modestas e equipamentos obsoletos. Poucos são aqueles que possuem grandes embarcações e modernos aparelhos. Além disso, grande parte desses profissionais atuam em uma área marítima que já está ficando saturada por ser explorada ao longo dos anos.

Pesca artesanal

Dentro desta realidade, Onaldo Júnior não considera o preço do pescado caro no Estado. “A maioria dos pescadores da Grande João Pessoa é artesanal. Tem pouca embarcação com equipamento moderno, que possibilite sair desta área comum de pesca. Então, todos vão para o mesmo lugar e de onde se tira e não se bota um dia a oferta acaba. Mesmo com acesso a equipamentos modernos, este trabalhador precisa ser capacitado para saber usá-los”, e acrescentou: “Esses pescadores não evoluíram porque faltou interesse do governo. Desde quando começaram a surgir as colônias de pescadores, de 1920 até hoje, houve pouca ação pública que mudasse a ideia de que pescador é um coitadinho para ser um empreendedor. Então falta incentivo, capacitação e espírito empreendedor”.

O administrador e professor de gestão portuária do IFPB, Fábio Lucena de Andrade Gomes, salientou que apesar da Paraíba ter uma vasta costa marítima para desbravar, o mercado da pesca no Estado ainda é tímida comparada à nacional porque faltam políticas públicas em todas as esferas. “Enquanto a pesca for encarada de forma assistencialista será assim, políticas pontuais sem muito sucesso. Os gargalos são inúmeros, mas posso citar a falta da profissionalização da atividade. Em consequência disso eles não têm instrumentos para negociar o crédito ou pleitear alguma coisa, nem tampouco convencer o banco ou investidor de que o seu negócio é rentável”, destacou.

O administrador e professor de gestão portuária do IFPB, Fábio Lucena de Andrade Gomes, salientou que o peixe percorre um longo trajeto até o consumidor e isso contribui para o alto custo do produto. Ele frisou que parte do pescado é vendida ao chamado “atravessador” ou “pombeiro”.
Os donos dos barcos, conforme ele, fazem um rateio com os pescadores e vendem sua produção aos chamados “atravessadores”. Os atravessadores, por sua vez, financiam a ida do pescador ao mar (pagando óleo diesel, alimentação, gelo), mas em troca têm a garantia de comprar toda produção. Ao adquirir o pescado, os interceptores revendem o produto com considerável margem de lucro ao comerciante, que também vende mais caro ao consumidor final.
“Se o pescador não vende este peixe ao atravessador, ele não tem como guardar ou onde expor o seu produto”, contou Fábio Lucena.

Atravessador encarece pescado

O administrador e professor de gestão portuária do IFPB, Fábio Lucena de Andrade Gomes, salientou que o peixe percorre um longo trajeto até o consumidor e isso contribui para o alto custo do produto. Ele frisou que parte do pescado é vendida ao chamado “atravessador” ou “pombeiro”.

Os donos dos barcos, conforme ele, fazem um rateio com os pescadores e vendem sua produção aos chamados “atravessadores”. Os atravessadores, por sua vez, financiam a ida do pescador ao mar (pagando óleo diesel, alimentação, gelo), mas em troca têm a garantia de comprar toda produção. Ao adquirir o pescado, os interceptores revendem o produto com considerável margem de lucro ao comerciante, que também vende mais caro ao consumidor final.

“Se o pescador não vende este peixe ao atravessador, ele não tem como guardar ou onde expor o seu produto”, contou Fábio Lucena.

Leia matéria completa na edição impressa deste domingo (22) do JORNAL DA PARAÍBA

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Jornal da Paraíba

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