VIDA URBANA
Orientação segue sem repreensão de alunos
Em vez da repreensão, policiais da Patrulha Escolar aconselham crianças, grande parte vinda de lares desestruturados.
Publicado em 28/10/2012 às 8:00
Lares desestruturados, pais envolvidos com o tráfico de drogas e condições mínimas de sobrevivência são a realidade de muitos alunos da rede pública de ensino. Muitas vezes a soma destes fatores contribui para maior agressividade de crianças e adolescentes, o que pode ser demonstrado em conflitos cada vez mais constantes. Para Maria Airan César, diretora da Escola Estadual Maria do Carmo Miranda, localizada no bairro de Jaguaribe, em João Pessoa, a violência praticada pelos alunos em grande parte dos casos é reflexo do comportamento adotado pelos pais.
“Hoje, quando há algum conflito na escola, nós chamamos a Patrulha Escolar. Mas o policial não exerce a função de repreender a criança ou o adolescente. Ele senta, conversa, pergunta o que está acontecendo e aconselha este menino ou menina. A gente sente que é um trabalho de vocação, porque eles exercem muitas vezes o papel de um psicólogo”, comentou Maria Airan.
Apesar da proximidade com a comunidade Saturnino de Brito, dominada pelo tráfico de drogas, a diretora afirma que o ambiente escolar é tranquilo. “O trabalho da Patrulha é de suma importância. Em parceria com a direção nós realizamos um trabalho de orientação, o que tem minimizado a agressividade dos alunos. Hoje eles estão muito mais carinhosos e comprometidos com o ensino”, garantiu Maria Airan.
São 479 alunos divididos nos três turnos. Um deles é Raquel Macedo, estudante do 1º ano do Ensino Médio. “Eles sempre se preocupam com a gente e nos acompanham, até mesmo quando precisamos fazer algum trabalho. Nos sentimos muito mais seguros sabendo que a Patrulha Escolar está sempre atenta e presente”, frisou Raquel Macedo.
A parceria entre a Patrulha Escolar e a Secretaria Estadual de Educação é apontada pela gerente da 1ª Regional de Ensino, Wleika Aragão, como determinante para implantação de uma cultura de paz nas escolas estaduais. Conforme a gerente, o apoio da Patrulha Escolar torna possível a tranquilidade não apenas no interior das salas de aulas, mas também nas comunidades em que as instituições estão inseridas.
“Quando a gente iniciou essa parceria, no ano passado, estávamos conscientes de que o retorno não seria imediato, mas já estamos colhendo os bons frutos, que são visíveis. Hoje temos pouquíssimos problemas nas escolas. Não há relatos de tráfico ou violência intensa nas instituições. Sempre que solicitamos a presença da Patrulha, ela está disponível para nos atender”, concluiu.
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