VIDA URBANA
Alternativo dribla fiscalização
Mesmo sendo proibido, transporte clandestino atua nas ruas de Campina Grande e já conta com agenciadores de passageiros.
Publicado em 09/12/2012 às 14:47
Os transportes clandestinos, conhecidos como alternativos, estão cada vez mais sendo um empecilho para os profissionais que trabalham com transporte público em Campina Grande. Eles invadiram várias ruas da cidade, fazendo o transporte dentro de Campina e até para outros municípios, como afirma o taxista Cibério Soares, que também é coordenador de Praças de Táxis vinculado à Superintendência de Trânsito e Transportes Públicos (STTP).
A estimativa das entidades que representam os trabalhadores autônomos do setor é de que existem cerca de mil veículos realizando o transporte de passageiros de forma irregular na cidade, enquanto que taxistas legalizados são apenas 583.
“Há agenciadoras e existe até pontos que são alugados para manter a atividade irregular”, destaca Cibério, acrescentando que “o sistema tem crescido tanto que os clandestinos possuem um sistema de comunicação via rádio tanto para conseguir passageiros como para se livrarem das fiscalizações realizadas pelos órgãos reguladores do trânsito”.
Os agenciadores atuam nas paradas de ônibus, fazendo a “coleta” de passageiros. Quando eles conseguem reunir determinada quantidade de pessoas, mantêm contato com os motoristas e eles vêm até o ponto para pegar os usuários.
Se antes os alternativos faziam concorrência direta apenas com os ônibus, hoje em dia eles também invadiram as áreas dos taxistas e já fizeram o faturamento destes profissionais cair em mais de 50% nos últimos anos.
“Antes, cada táxi registrava um faturamento de R$ 70,00 a R$ 80,00 por dia. Agora, essa média não passa de R$ 45,00 por dia, o que é um absurdo ver acontecendo, porque estamos testemunhando e ilegalidade ganhar espaço e se consolidar, enquanto pais de famílias, que pagam tarifas e têm grandes despesas para circular dentro da lei, passam por dificuldades para se manter na profissão”, ressalta o coordenador de praças de táxi, Cibério.
Outro alerta feito com relação ao crescimento do transporte clandestino diz respeito à segurança, uma vez que os passageiros não possuem garantias quanto ao serviço pelo qual estão pagando para ir de um ponto a outro de Campina.
“É comum ver os alternativos desrespeitando as leis do trânsito, o que é um risco muito grande, porque se acontecer um acidente os passageiros não têm sequer como reivindicar seus direitos, isso se não acontecer de o acidente ter consequências mais graves”, enfatiza o comerciante Álvaro Gomes.
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